Por SELES NAFES
No primeiro dia da COP30, em Belém, o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), adotou uma postura direta ao defender que a exploração de petróleo na Margem Equatorial não é incompatível com a preservação da Amazônia. Para ele, desenvolvimento, geração de empregos e infraestrutura precisam caminhar junto da pauta climática, sem transformar a região em um “santuário intocável”.
“De um lado está a Amazônia preservada, e do outro, o povo que precisa de desenvolvimento digno, emprego, infraestrutura”, disse o governador.
“Há extremos que romantizam a Amazônia. Não queremos ser intocáveis, santuários.” Em conversa posterior com jornalistas, Clécio reforçou o apoio ao projeto da Petrobras no bloco 59, a 160 km da costa do Amapá, e rejeitou a ideia de contradição.
“Não é um contrassenso. A gente precisa de empregos, e essa não é nossa única aposta”
A defesa de Clécio ganhou destaque no pavilhão do Consórcio Interestadual Amazônia Legal, na zona azul da conferência, onde governadores de Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins discursaram.

Entre os governadores da Amazônia. Fotos: Max Renê/Secom
A posição dos líderes amazônicos sinalizou uma abordagem mais pragmática, apoiando empreendimentos de infraestrutura e projetos já consolidados, mesmo com impactos diretos sobre o bioma e comunidades da região.
Os debates começaram ontem (10) e terminarão no dia 21 de novembro.
