Da REDAÇÃO
A Justiça Federal no Amapá condenou três integrantes da família da ex-vereadora de Tartarugalzinho, Maria Raimunda Cardozo Balieiro, conhecida como Raimundinha Garimpeira, pela extração ilegal de minérios no município a 230 km de Macapá. A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Foram sentenciados o esposo, a filha e o genro da ex-parlamentar.
Maria Raimunda também havia sido denunciada, mas não chegou a ser julgada porque faleceu antes da sentença. O processo é um desdobramento da Operação Falsino, deflagrada pela Polícia Federal em 2018.
A decisão impôs penas que chegam a 20 anos de reclusão, além do pagamento de mais de R$ 3 milhões para reparação dos danos ambientais. O trio foi condenado por exploração ilegal de bens da União, desmatamento e associação criminosa. Dois deles também receberam condenações adicionais por lavagem de dinheiro, usada para ocultar a origem dos valores obtidos no garimpo irregular.
A investigação teve início após uma fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá (Sema), em julho de 2015, quando técnicos identificaram extração de ouro e tantalita — minério essencial para a indústria eletrônica. A inspeção revelou desmatamento de cerca de 186 hectares de floresta nativa e uso de mercúrio.

Vereadora Raimundinha Garimpeira faleceu no curso do processo. Foto: reprodução/rede social
Na sentença, o juiz concluiu que o grupo operava como uma associação criminosa estável, com divisão clara de tarefas dentro do núcleo familiar. O esposo da ex-vereadora foi apontado como líder e proprietário do esquema. A filha atuava na área administrativa e financeira, chegando a apresentar documentos aos fiscais e utilizar sua conta bancária pessoal para receber pagamentos da venda ilegal de minério. O genro, por sua vez, era o gerente de campo, responsável por supervisionar a extração e contratar garimpeiros.
A família poderá recorrer da sentença.

