Por RODRIGO DIAS
O Amapá caminha para a implantação de um novo porto estratégico voltado ao suporte da produção de petróleo e gás. Na última quinta-feira (18), o governador Clécio Luís (SD) se reuniu com representantes da DTA Engenharia Portuária e Ambiental, empresa especializada em logística, para avançar no estudo de viabilidade do empreendimento.
O encontro, intermediado pela Agência Amapá (braço técnico do governo para o setor econômico), teve como foco a implantação de um complexo portuário — nos modelos offshore ou onshore — destinado a atender diretamente a exploração de hidrocarbonetos no estado, consolidando uma nova matriz econômica baseada no setor de óleo e gás.
Diferente das estruturas tradicionais, os portos offshore são instalados em mar aberto, considerado essencial para o apoio logístico em regiões onde o calado (profundidade) não permite a aproximação de grandes embarcações até a costa. Para Clécio Luís, o novo porto é o ponto de partida para que o Amapá deixe de ser apenas área de interesse e passe a integrar efetivamente a cadeia produtiva do petróleo.
“Isso vai gerar emprego, atividade econômica e atrair empresas que virão para cá junto com a Petrobras e a Transpetro. O mapeamento será minucioso, abrangendo desde Santana até Calçoene”, destacou o governador, referindo-se à área onde o complexo será construído.

Diretor da DTA, João Acácio: experiência para evitar erros
Experiência
Para dar segurança técnica ao projeto, o Estado buscou a experiência da DTA Engenharia, referência nacional em dragagem e obras portuárias, com atuação em grandes empreendimentos como o Porto de Santos e projetos no Rio de Janeiro.
O diretor-presidente da Agência Amapá, Wandenberg Pitaluga, reforçou que a escolha da empresa segue critérios rigorosos de mercado.
“Propusemos que a DTA conhecesse nossa estrutura e nossas ações na área de óleo e gás para garantir um apoio profissional de alto nível”, afirmou.
Para o presidente da DTA Engenharia, João Acácio Neto, o Amapá vive um momento decisivo de transição econômica.
“Acreditamos na experiência para evitar erros. Esta será uma fronteira fantástica de crescimento. O Amapá já viveu as eras do manganês, do ferro e do ouro; agora é a era do petróleo”, pontuou.
O planejamento estratégico do novo porto já está em andamento e inclui etapas consideradas fundamentais:
Mapeamento litorâneo: análise detalhada da costa entre Santana e Calçoene;
Reconhecimento de área: realização de sobrevoos panorâmicos para avaliação de variáveis geográficas e ambientais;
Elaboração do EVTE: definição dos locais com maior viabilidade econômica e menor impacto ambiental;
Plano Diretor do Petróleo: uso dos dados coletados para orientar a política estadual de óleo e gás, com foco em crescimento sustentável.
Entenda a diferença: onshore x offshore
O diretor de Atração de Investimentos da Agência Amapá, Antônio Batista Ribeiro Neto, explicou que a definição entre porto onshore (em terra) ou offshore (em alto mar) dependerá de critérios técnicos, especialmente da profundidade do mar.
“A atividade de petróleo demanda suporte constante às plataformas, com suprimentos, equipamentos e cargas. O Amapá precisa dessa infraestrutura para atender à nova política local e preparar o Estado para este novo ciclo econômico”, explicou o diretor.
