Por SELES NAFES
Policiais civis do Pará prenderam em Salinas (PA), nesta terça-feira (9), o empresário Carlos Humberto Pereira Montenegro, 65 anos, condenado pela morte da estudante e modelo amapaense Patrícia Melo, de 22 anos, ocorrida em 2005 no Hotel Gran Bittar, em Brasília. Montenegro foi localizado por agentes da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Polinter).
Segundo a corporação, o endereço onde o acusado foi encontrado não correspondia ao que constava nos registros judiciais do Distrito Federal, o que reforçou a suspeita de que ele estivesse tentando evitar o cumprimento da pena.
Montenegro foi sentenciado em 2017 pelo Tribunal do Júri de Brasília a nove anos de prisão por homicídio. Em 2019, no entanto, ele deixou a cadeia ao ser beneficiado pela mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre prisão após segunda instância.
Na época, a Corte decidiu que penas em regime fechado só podem ser executadas depois do julgamento do último recurso — o que suspendeu momentaneamente o cumprimento da sentença.

Montenegro preso em Belém no ano de 2019: solto no mesmo ano após novo entendimento do STF

Modelo foi atirada do 14º andar
Passadas duas décadas da morte de Patrícia, a Vara de Execuções Penais do DF determinou a prisão definitiva do réu, destacando que o processo já havia transitado em julgado — ou seja, não cabia mais recurso — e ordenando o início imediato do cumprimento da pena em regime fechado.
A defesa de Montenegro alegou fragilidade de saúde e pediu prisão domiciliar humanitária, mencionando que o empresário é idoso e “tem quadro clínico delicado”. Um dos laudos anexados ao pedido foi assinado pela própria esposa do réu, que é fisioterapeuta, afirmando que ele sofreria de “discopatia degenerativa lombar”.
De acordo com testemunhos e laudos da Polícia Civil, Montenegro empurrou Patrícia da sacada do quarto no 14º andar onde os dois estavam hospedados. O Ministério Público sustentou que o homicídio ocorreu após a jovem recusar uma investida sexual do empresário — tese sempre negada pela defesa, que afirmou que ela teria se jogado.
Com a prisão efetivada em Salinas, Montenegro deverá ser transferido para Brasília, onde cumprirá a pena imposta pelo Tribunal do Júri.

