Por SELES NAFES
Um protesto na BR-210 interrompe desde ontem (17) a chegada de caminhões e equipamentos que irão reativar a mineração em Pedra Branca do Amapari, município a 187 quilômetros de Macapá. A manifestação gerou surpresa e ocorre nas proximidades da comunidade Campo Verde, em Porto Grande, e atrasa o deslocamento do comboio da Amapá Minerals.
O bloqueio é patrocinado por lideranças políticas de Macapá que fazem oposição ao governo do Estado, responsável pelo diálogo com empresas pela retomada da mineração de ferro na região. O protesto é bem organizado. Os moradores recrutados receberam camisas personalizadas, barracas, sistema de som e alimentação para vários dias.
O ato surpreendeu autoridades porque a BR, apesar de possuir trechos sem asfalto até Serra do Navio, está em manutenção permanente e boas condições de trafegabilidade, segundo fontes da prefeitura de Pedra Branca.
O fechamento da rodovia também gerou efeitos imediatos na logística regional, acendendo um alerta para Serra do Navio e Pedra Branca, que já enfrentam um cenário econômico sensível. Empresários e moradores relatam risco de desabastecimento de itens básicos e aumento dos custos de transporte, justamente às vésperas do fim de ano.

Organização: indígenas com camisas personalizadas, barracas, sistema de som e alimentação para manter o protesto por vários dias
De acordo com relatos, a paralisação comprometeu em cheio o cronograma de retomada das atividades minerárias — consideradas estratégicas para a geração de empregos, renda e arrecadação. Os manifestantes reivindicam a pavimentação de trechos da BR-210 que atendem Porto Grande, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio.
A Polícia Rodoviária Federal está no local para dialogar com as lideranças. Os caminhões da mineradora estão parados no sentido para Porto Grande.
