Vereadores de Oiapoque selam pacto para escolher nome em possível nova eleição

Após notificação do TRE que cassou Breno Almeida, grupo formado por 10 dos 11 parlamentares quer lançar um nome da Câmara para a prefeitura
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Por SELES NAFES

Os vereadores de Oiapoque, cidade a 590 km de Macapá, decidiram se antecipar ao cenário político que se desenha após a cassação do prefeito Breno Almeida (PP) e do vice, Arthur do Areal. Em movimento articulado e silencioso, 10 dos 11 parlamentares firmaram um pacto interno: se houver nova eleição, um dos candidatos a prefeito sairá da própria Câmara Municipal.

A articulação ganhou força na noite de ontem (2), logo após Breno Almeida ser notificado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre a decisão final que derrubou a chapa por abuso de poder econômico nas eleições de 2024. Embora o prefeito ainda possa recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Câmara deve ser formalmente comunicada até o fim da semana para afastá-lo e empossar o presidente do Legislativo, Guido Mecânico (PP).

Guido, que assumirá interinamente a prefeitura caso a notificação seja oficializada, tem evitado comentar sobre eventual candidatura. No entanto, dentro do Legislativo, a leitura é de que o futuro prefeito provisório será peça decisiva no rearranjo político.

10 dos 11 vereadores selaram uma aliança

A consolidação do pacto ocorreu durante um jantar promovido pelo governo do Amapá com empresários do setor de petróleo e gás, evento que reuniu parte da classe política do município. À mesa, o clima era de certeza: haverá um representante da Câmara na disputa — só falta definir quem.

Segundo um dos vereadores, que pediu reserva, a escolha será técnica e baseada na capilaridade de cada parlamentar.
“O que tiver melhores condições irá concorrer. Não temos qualquer vaidade aqui. Estamos unidos”, afirmou.

O bloco reúne 10 vereadores de quatro partidos: três do PL, três do SD, três do PP e dois da Rede Sustentabilidade. A única exceção é o vereador Bruno (SD), que não integra o grupo, mas já manifestou publicamente que pretende disputar a prefeitura caso uma nova eleição seja confirmada. Além dele, a irmã de Breno, compõe o cenário: Kamile Almeida (Podemos), Oscar Telecomunicações e o deputado delegado Inácio (PDT), segundo colocado na eleição do ano passado. 

Nos bastidores, a percepção é de que, independentemente de quem seja o escolhido, a Câmara pretende ocupar o espaço de protagonista num cenário político marcado por incertezas jurídicas e forte pressão popular por estabilidade administrativa.

A prefeitura acumula dívidas com fornecedores e atraso de salários com algumas categorias de servidores. A definição do nome deve ocorrer após consultas aos redutos eleitorais de cada parlamentar.

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