Competindo há 3 anos, mulher de 61 anos acumula 90 medalhas

Próximo desafio será no dia 4 de março, com 42 quilômetros de percurso.
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ANDRÉ SILVA

A paixão pelas pistas foi remédio contra a depressão, hipertensão, stress e sobrepeso. Correndo, Fátima Leite alcançou não só a felicidade como 90 medalhas. A atleta é conhecida entre os corredores por correr, na maioria das vezes, fantasiada. O próximo desafio será no dia 4 de março, na primeira maratona do Amapá, com 42 quilômetros de percurso.

Fátima é casada e tem três filhos. Ela é do estado do Amazonas e está no Amapá, vinda de Palmas, no Tocantins, há 22 anos. A atleta conta que chegou ao estado como a maioria dos imigrantes: em busca de um lugar para recomeçar. Ela tem uma loja de armarinho no Centro da cidade. 

Atleta acumula 90 medalhas Foto: Arquivo Pessoal

Quando jovem, na década de 1980, a atleta foi campeã de ciclismo no Amazonas, e chegou a representar aquele estado em competições em outras partes do Brasil.  Mas, com o passar do tempo, a responsabilidade com filhos, família e trabalho acabou fazendo com que ela se afastasse da vida esportiva, e, com isso vieram as consequências.

“Acordei como a maioria dos brasileiros: velha, gorda e doente”, conta a empresária, aos risos.

Fátima com amigo corredor Foto: Arquivo Pessoal

A grande mudança em sua vida aconteceu há três anos, depois de uma crise cardíaca. Em um consultório médico, ela foi orientada a voltar às pistas.

“Eu tive a sorte de encontrar o doutor Brasil e ele me jogou nas pistas de novo. Ele disse: ‘por que você não vai correr?’, e eu disse: não sou mais aquela menina”, recorda Fátima.

Corrida mudou sua vida há 3 anos Foto: Arquivo Pessoal

A esportista lembra de momentos marcantes nas mais de 90 corridas das quais já participou, entre elas, quando correu com uma das costelas fraturada.

“Fraturei a costela em uma corrida. O Samu veio atrás de mim e queria me levar e eu dizia que queria continuar, eles diziam que não, que eu não poderia, e eu dizia: ‘eu vou’. Eles me acompanharam em dois quilômetros e viram que eu dava conta. Só depois que eu cheguei ao hospital que eu vi que estava com a costela fraturada, mas terminei a corrida”, conta a mulher.  

Atleta com os amigos de corrida Foto: Arquivo Pessoal

As fantasias que usa nas corridas, diz, são para levar alegria para as competições. Fátima fala que perto dos jovens ela se sente uma garota.

“Querer é poder e Deus me dá esse poder. Junto com os jovens, eu esqueço a idade. Sou uma garota junto com os jovens”, afirma.  

Atleta corre fantasiada para levar alegria às pistas Foto: Arquivo Pessoal

Seles Nafes
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