Fenômeno ameça destruir escola no Bailique

Estudo busca dar embasamento para o governo decretar situação de emergência na região.
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CÁSSIA LIMA

Fotos enviadas por moradores do Arquipélago do Bailique mostram que a Escola Bosque do Amapá, localizada na ilha, está próximo de ser atingida completamente pelo fenômeno “terras caídas”. Segundo a Defesa Civil, um estudo busca dar embasamento para o governo decretar situação de emergência na região.

Nas imagens, é possível ver que a erosão causada pelo fenômeno já chegou a poucos metros da escola. Além disso, quando a maré está alta, a água toma conta do prédio da instituição.

Quando a maré está alta, a água toma conta do prédio da instituição Foto: Arquivo moradores

“Nós já fizemos reuniões e estamos encaminhando o documento para que o Estado decrete situação de emergência. No momento, estamos junto com o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá [Iepa], fazendo monitoramento”, disse o major chefe de operações da Defesa Civil, Pelsondré Martins da Silva.

Erosão se aproxima da escola Foto: Arquivo moradores

A Escola Bosque do Amapá foi inaugurada em 1998 e tornou-se referência de ensino na região, ganhou prêmios e foi destaque em veículos de comunicação com alcance nacional.  O maior ganho, à época, foi com o projeto pedagógico que foi concebido levando em conta a concepção espacial das aldeias Waiãpi.

Terrenos já foram levados pelo rio Foto: Arquivo moradores

Passados 20 anos, a instituição já enfrentou falta de professores, de luz e dificuldade de acesso dos alunos. Mas, desde o ano passado, está ameaçada pelo fenômeno “terras caídas”, que ocorre quando a água forte é jogada sobre as margens dos rios, causando erosão e abrindo extensas “cavernas subterrâneas”. O fenômeno chega ao ápice quando as cavernas levam à queda do terreno, que é carregado pelas águas.

Major chefe de operações da Defesa Civil, Pelsondré Martins da Silva Foto: Cássia Lima

De acordo com os dados da Defesa Civil, em 2 anos, foram mais de 50 metros de terras tomados pelo rio Amazonas em apenas uma ponta da ilha do Bailique. A proposta da Defesa Civil é para que haja um remanejamento das famílias.

“O fenômeno não pode ser remediado. A região do Bailique é inconstante. Naquele local tem ilhas desaparecendo e outras aumentando de tamanho. Nossa ideia é remover as pessoas das margens e colocar no centro da ilha, mas essa população vive na margem e não quer sair desse local”, falou o major.

Seles Nafes
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