SELES NAFES
Os mais antigos dizem que a “mente vazia é oficina de Satanás”. Deve ser, mesmo. Uma falsa notícia da queda de uma aeronave da empresa Azul causou alvoroço nas redes sociais do Amapá e do Pará desde a noite da última quarta-feira (20), e ainda provocava debates dois dias depois. A irresponsabilidade também deixou famílias em pânico.
Dois desses dramas foram relatados no perfil do jornalista Ney Pantaleão, do Amapá, no Facebook. O primeiro comentário foi do internauta Anízio Gallo.
Segundo ele, no momento em que a fake news começou a circular nos grupos de WhatsApp a esposa dele viajava num avião da Azul, entre Belém e o Rio de Janeiro. Para aumentar o desespero, o filho dele também havia partido de Porto Alegre (RS) quase no mesmo horário também na Azul.
A falsa notícia, intensamente compartilhada, afirmava que o avião, com 80 passageiros a bordo, havia caído na localidade de São Félix do Xingú (PA).
“Parece que São Félix é rota tanto de quem vai, tanto de quem vem para Belém. Foram minutos de desespero para mim. Por isso, solicito da população, que antes de repassar essas mensagens, verifique a veracidade delas. Compartilhar isso, sem saber se é ou não verdade, é TERRORISMO”, diz o desabafo.
Relato de desespero de Anízio Gallo
Jeany Nascimento, outra internauta, relatou que o pai dela também entrou em desespero.
“Mal sabia que vínhamos de Latam”, disse ela em outra postagem. Segundo ela, o desespero do pai aumentou quando ele passou a ligar para o celular dela, mas as ligações apenas caiam na caixa postal.
“Tirei do modo avião, e ele (o pai) já estava ligando”, lembrou quando desembarcou.
A fake news também foi desdobrada em outras postagens afirmando que a Aeronáutica já havia até iniciado um trabalho de resgate de possíveis sobreviventes.
Celular no modo avião aumentou desespero de um pai
Também no Facebook, talvez respondendo indiretamente às falsas notícias, a Azul informou que os voos estavam transcorrendo dentro da normalidade “sem incidentes”.
Em Macapá, cidade atendida pela companhia, muitos internautas também ficaram preocupados.
“É impressionante como tem gente que sente prazer em propagar mentiras e deixar famílias preocupadas”, resumiu o estudante Thiago de Carvalho.
Foto de capa: Seles Nafes