ANDRÉ SILVA
Alunos da Escola Estadual Antonio Lima Neto, no bairro Parque dos Buritis, zona norte de Macapá, estão reclamando que estão sendo mandados de volta para casa por causa do modelo de calça jeans. O corpo pedagógico da instituição determinou que até o dia 10 de março, todos os estudantes estejam uniformizados.
“Eu estou constrangida por ser barrada aqui. Se foi estipulado um prazo para isso, queremos que seja cumprido. Não falo só por mim, mas por todos os alunos. Tem pessoas levando até suspensão, isso é demais. Aprendi que devemos lutar por nossos direitos, por isso, pedi ajuda”, falou uma aluna de 14 anos.
Ela disse que é a terceira vez que é barrada na porta da escola, e a primeira vez que está tendo que voltar para casa sem assistir a aula, porque, segundo ela, a calça que usa é customizada (rasgada). A menor falou que o bilhete enviado para os pais dela, dizia que os alunos teriam até o dia 10 para se adequarem.
O diretor adjunto Marinaldo Guedes falou que a escola está tentando dar uma disciplina mínima para os alunos. Ele disse que muitas meninas estavam indo para a escola com calça rasgada até próximo às nádegas, e que isso já havia sido motivo até para desentendimento entre alunos.
Guedes explicou que a exigência da escola é para que o aluno use calça jeans ou preta. Segundo ele, as rasgadas e coloridas são proibidas.
“As pessoas têm que compreender que os locais públicos precisam ser respeitados como público. Se começarmos a educar nossos jovens para ter essa identidade de respeito como se tem com a Justiça, como se tem com os outros órgãos federais, a gente vai poder começar a nivelar a coisa por um lado bom”, falou o professor.
Sebastião Lima, de 37 anos, foi pego de surpresa quando viu a filha de 13 anos em casa, pela manhã. Ele questionou o motivo, e ela disse que não a deixaram assistir a aula por causa da calça colorida.
“A gente chega lá e eles dizem outra coisa. Eles disseram que tem aluno entrando com calça muito furada e aparecendo a parte íntima”, disse o pai.
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) foi procurada para falar sobre o assunto, e afirmou que a escola tem autonomia para estabelecer regras que acharem necessárias.