ANDRÉ SILVA
Acadêmicos e professores do curso de Farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap) fizeram uma homenagem, nesta quinta-feira, 12, ao jovem morto por engano no último final de semana, em Macapá.
Simbolicamente, eles outorgaram o título de farmacêutico a Ricardo Brito Oliveira, que morreu após cinco dias internado. Ele foi baleado, no último dia 6, por um policial civil que o confundiu com um assaltante.
Maiara Tânia Pinheiro Gomes, professora da instituição e uma das organizadoras da homenagem, disse que durante essa madrugada, o primo do Ricardo a procurou pedindo que o curso de farmácia fizesse a homenagem ao jovem, que neste semestre foi aprovado em todas as disciplina do curso.
O jovem era da turma 2013 e terminava de pagar as últimas disciplinas este semestre. Estava pronto para ser formar. Segundo a professora, faltava apenas creditar o TCC para completar a formação.
A ideia da outorga simbólica foi de um primo de Ricardo, que procurou os coordenadores do curso.
“Ele [o primo] perguntou se seria possível realizar um sonho da mãe do Ricardinho, na verdade, da família dele, que era vê-lo formado no curso de farmácia. Nos reunimos e comunicamos alguns alunos, que ratificaram esse desejo. Essa homenagem foi feita em nome de todos alunos, docentes e técnicos do curso de Farmácia da Unifap”, explicou a professora Maria Tânia.
A família não permitiu que a imprensa registrasse o momento da homenagem, nem do enterro que aconteceu no fim da tarde desta quinta-feira, no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Macapá.
Tragédia
Ricardinho e um primo seu, o jovem Ronald Willian Souza de Oliveira, 21 anos, foram confundidos com bandidos por um policial civil quando compravam bebidas em um estabelecimento comercial no bairro Jesus de Nazaré, na zona norte de Macapá.
De acordo com testemunhas, o policial civil chegou em uma picape de cor preta, e disparou várias vezes contra os jovens, acreditando tratar-se de um assalto. Em seguida, o agente se matou com um tiro na boca, ao constatar que um deles era filho de um colega de trabalho, também policial.