Estudante do AP recebe prêmio científico no Chile

Pesquisa sobre o caroço de açaí de Ayra Beatriz Cardoso de Sousa foi aprovado e será apresentado em Abu Dhabi
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ANDRÉ SILVA

Uma jovem amapaense teve aprovado seu projeto científico que usa como matéria-prima o caroço de açaí, na Expo-Ciência Latino Americana. O evento ocorreu entre os dias 2 e 6 de julho, no Chile.

Ayra Beatriz Cardoso de Sousa, de 18 anos, é acadêmica do curso de engenharia ambiental na Universidade Estadual do Amapá (Ueap). Ela é considera uma pessoa com altas habilidades, por desenvolver atividades no âmbito da iniciação científica desde os 14 anos.

O projeto que ela  conseguiu certificar durante a feira vai ser apresentado em um evento internacional, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em outubro. Ele consiste em dar um fim sustentável para os caroços de açaí que ficam amontoados em lixeiras viciadas, que acabam se formando dentro das cidades.  

“Eu vi nele a possibilidade de se trabalhar o tripé da sustentabilidade, dando uma viabilidade ecológica, uma viabilidade econômica, por ele ser uma possível matéria-prima para algum produto, e na questão social, uma vez que as pessoas que dependem da cadeia produtiva do açaí, são carentes” explicou Ayra Beatriz.

Ayra Beatriz:fim sustentável ao caroço do açaí. Foto: André Silva

Do caroço de açaí, a jovem cientista desenvolveu um vaso biodegradável que pode substituir o chachim. No momento em que se plantar a muda, o vaso pode ser  enterrado junto. Segundo a cientista, no momento da decomposição, o chachim vira adubo para a planta.  

Mãe e mentora

A menina tem como mentora nos projetos a mãe, Daniela Alessandra Pereira Brito. Ela se aproximou da vida acadêmica da filha depois de perceber que Ayra Beatriz chegou várias vezes frustrada em casa. Isso aconteceu por dois anos, sempre no período que antecedia a Feira de Ciência e Tecnologia do Estado, que acontece todos os anos. Ayra não conseguia um mentor para lhe ajudar a produzir um projeto cientifico.

Acompanhada pela mãe, Daniela Alessandra Pereira Brito (esquerda), no Chile. Foto: arquivo pessoal

 Alessandra é professora e especialista em docência do ensino superior. Ela decidiu usar o conhecimento para ajudar a filha na Feira.

“Já estava às portas da Feceap, que acontece aqui no Amapá, e eu não via o projeto dela pronto. Eu perguntei pra ela o que estava acontecendo e ela me contou: ‘os professores já me abandonaram, não querem me acompanhar’. Eles não acreditavam na pesquisa dela”, disse a mãe e mentora.

Depois da experiência, ela e a filha desenvolveram o projeto “Leva Ciência” que tem o objetivo de prestar mentoria à iniciação cientifica, para crianças consideradas com altas habilidades, que estudam em escolas públicas do Estado. O projeto é cem por cento voluntário.

Foto de capa: arquivo pessoal

Seles Nafes
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