Crônica, por SELES NAFES
A geração de empregos, com estímulo ao surgimento e à chegada de novas empresas, promete dominar os debates entre os candidatos que disputarão o governo do Amapá, neste ano. E todos eles já sabem disso, afinal, a maioria têm nas mãos pesquisas que indicam essa preocupação do eleitor.
No fundo, no fundo, os candidatos sabem que o que gera riqueza ao Estado arrecadador é a iniciativa privada, e não o próprio setor público.
Concursos públicos são importantes para oxigenar os quadros e aumentar a estrutura com o objetivo de atender as demandas geradas pelo avanço demográfico. Exemplo: contratação de professores, médicos e policiais. Mas isso não gera riqueza suficiente.
Cabe ao poder público ser o indutor do desenvolvimento, facilitando a instalação de empresas, concedendo incentivos fiscais, terras, e agilizando o licenciamento ambiental. Este, aliás, é o gesso da agricultura de grãos, que já poderia estar em outro nível se não fosse a lentidão e a desonestidade dentro do Imap, até hoje sob intervenção federal após duas operações policiais no ano passado.
Prometer que vai realizar concurso público não convence mais. Isso é uma obrigação e necessidade interna do Estado. O que o Amapá precisa é colocar em prática a Zona Franca Verde, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), ampliar o Porto de Santana e criar uma nova região portuária aproveitando que estamos mais próximos do Canal do Panamá do que Santarém (PA), Santos (SP) e Paranaguá (PR).
Não é demais lembrar que com novas empresas surgem novos empregos, o Estado arrecada mais e tem mais condição de investir em educação, segurança pública, saúde, saneamento e urbanização. Isso se não houver desvios.
O eleitor não vai mais engolir promessas rasas do tipo: “vamos investir na educação, vamos melhorar a saúde, vamos fazer concurso público…., blá, blá, blá”.
Estamos na capital que no ano passado ostentou o maior índice de desempregados do país. Mais do que nunca, o eleitor precisa cobrar que o candidato explique, com mais detalhes, como irá desenvolver a economia.
Chega de “candidato piscina rasa”, sem conteúdo.