Acusado de matar a esposa e simular suicídio é julgado

Valdez Brito da Costa, de 25 anos está no banco dos réus
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DA REDAÇÃO

Está previsto para terminar somente no final da noite desta quinta-feira (9), o julgamento de um homem acusado de assassinar a esposa. Está sentado desde a manhã no banco dos réus, Valdez Brito da Costa, de 25 anos

O crime ocorreu em julho de 2017, na casa do casal, na Rodovia Duca Serra, em um ramal do Km-9. Segundo o inquérito policial, a vítima foi encontrada com uma corda amarrada no pescoço.

O próprio suspeito teria ligado para a polícia, informando que havia encontrado a esposa morta e que ela teria cometido suicídio. De acordo com o Ministério Público, na delegacia, o réu confessou ter tirado a vida da mulher. No inquérito consta que ele mal se lembrava sobre os motivos e como teria ocorrido o fato, porque estava muito bêbado.

A defesa alega que Valdez só confessou porque, no momento do depoimento, estava embriagado e sob o efeito de drogas. Fotos: Ascom/TJAP

A defesa, representada pelo advogado Hugo Silva, alega que Valdez só confessou porque, no momento do depoimento, estava embriagado e sob o efeito de drogas. O réu, segundo a defesa, teria se sentido culpado pelo acontecimento e, porre, decidiu a assumir a morte da mulher.

“O réu nos contou que estava na casa de amigos bebendo e assim que retornou para casa encontrou a esposa morta. No entanto, acontece que o réu prestou depoimento logo após o ocorrido, ainda estando sob forte efeito de álcool, o que, somado ao fato que encontrara ao voltar pra casa, despertou nele um sentimento de culpa, culminando assim com a confissão”, argumentou o advogado.

Promotor Iaci Pelaes destacou a grande quantidade de casos de crimes de ódio contra as mulheres

O promotor de Justiça Iaci Pelaes destacou o histórico de violência entre o casal. Ele ressaltou sua preocupação com a grande quantidade de casos de crimes de ódio contra as mulheres.

“Nós estamos muito atentos a casos de violência contra a mulher. É muito comum homens se sentirem donos das mulheres e manifestarem esse poder valendo-se das suas vantagens físicas. Cabe a nós e a toda sociedade contribuir para a redução desses números”, evidenciou o promotor.

O representante do Ministério Público também apresentou dados sobre a violência contra a mulher, segundo os quais, dentre 83 países pesquisados, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking dos países que mais matam mulheres no mundo.

A sessão é presidida pelo juiz substituto Marck William Madureira da Costa, a 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Macapá. A previsão é que o julgamento termine por volta de 22h.

Valdez responde pela prática do crime previsto no artigo 121, § 2º, II, III (emprego de asfixia mecânica) e IV em relação com o § 2º – A I (em razão de violência doméstica), todos do Código Penal brasileiro.

Feminicídio

Desde 2015, por meio da lei 13.104/15, o feminicídio passou a ser uma qualificadora para o crime de homicídio, resultando em aumento na pena quando o crime for praticado contra a mulher, pelo fato de ela pertencer ao sexo feminino. Conforme o novo dispositivo, a pena mínima para esses casos é de 12 anos, podendo chegar a 30 anos de reclusão.

Foto de capa: Ascom/TJAP

Seles Nafes
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