Ratos d’água são presos pela polícia paraense em Macapá

Segundo a polícia, acusados pertencem a uma quadrilha que atua nas rotas fluviais entre Pará e Amapá. "Preto do Camarão, ao centro, é o mais perigoso
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OLHO DE BOTO

Com o apoio da Polícia Civil do Amapá, delegados da polícia paraense cumpriram mandados de prisão em Macapá e conseguiram localizar três acusados de assaltar uma embarcação, ocasião em que o dono do barco foi sequestrado, torturado e quase morto. Eles são suspeitos de integrar uma quadrilha de ratos d’água – como são chamados assaltantes de embarcações na região amazônica.

De acordo com o delegado Arthur Braga, diretor da Delegacia de Polícia Fluvial do Pará (DPFLU), que cuida especificamente desta modalidade de crime, o caso ocorreu na divisa dos Estados vizinhos, no mês de maio. Segundo ele, fortemente armados os bandidos tomaram o barco Paulo Santos, que partia de Macapá com destino ao município paraense de Afuá.

Braga contou que os assaltantes se passaram por passageiros para subirem a bordo e, depois de algumas horas de navegação, sacaram as armas das bagagens e anunciaram o roubo.

Delegados do Pará, Arthur Braga (E) e Dilermando Dantas, afirmam que ainda faltam ratos d’água a serem presos. Foto: Olho de Boto/SN

“Foi uma ação criminosa extremamente violenta. Muitos passageiros foram agredidos. Foram cerca de três horas atormentando os passageiros e tripulantes. Eles levaram muitos pertences das vítimas”, relatou o delegado.

Na fuga, eles usaram a voadeira do barco, que fica acoplada ao lado da embarcação para uso em casos de emergências. O criminosos também sequestraram o encarregado da embarcação, que foi torturado, espancado e jogado no rio. A vítima só não morreu porque conseguiu nadar até as margens de uma vila ribeirinha, já do lado paraense da região.

Um dos criminosos é velho conhecido da polícia amapaense. Benedito Madureira Gomes, de 44 anos, o “Preto do Camarão”, possui outros processos pela mesma prática. Ele foi preso em uma casa na passagem do Malha, área de ponte do Bairro Zerão, zona sul de Macapá.

A partir da captura dele, a polícia chegou a outros dois homens, que foram flagrados com objetos de passageiros e da tripulação do barco roubado. Eles confessaram, também, para quem venderam o motor da voadeira roubada na ação criminosa.

Delegacia de Polícia Fluvial do Pará (DPFLU) cuida especificamente desta modalidade de crime. Foto: Ascom/PC do Pará

O diretor do Grupamento Fluvial do Pará, delegado Dilermando Dantas, enfatizou a ação integrada entre as polícias dos dois Estados. Eles receberam apoio do Núcleo de Operações e Inteligência (NOI) da Polícia Civil amapaense, principalmente na localização dos suspeitos.

Dantas explicou que a quadrilha é composta por indivíduos nascidos e que transitam nos dois Estados. Eles são exímios conhecedores das rotas fluviais entre as centenas de ilhas localizadas na divisa das unidades federativas.

Segundo Arthur Braga, o caso ainda não está encerrado. Mais dois mandados de prisão ainda faltam ser cumpridos. Ele não mencionou se no Amapá ou no Pará.

Foto de capa: Olho de Boto

Seles Nafes
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