SELES NAFES
O mais recente gesto do empresário Raimundo Rocha, o “Rai” da Casa do Motoqueiro, ilustra o conceito espiritualista de que é preciso devolver um pouco do que Deus dá em oportunidades ao longo da vida.
Graças ao empresário, o Centro Frei Daniel de Samarate fará um evento para arrecadar recursos que ajudarão a manter os serviços gratuitos de atendimento em saúde à população mais pobre do Amapá.
O empresário doou ao centro uma motocicleta zero quilômetro de 125 cilindradas (com partida elétrica). O veículo será a principal atração de um evento, cujo formato ainda será definido pela direção do centro.
O gesto veio depois de uma visita ao Daniel de Samarate, que funciona na Avenida FAB, e é dirigido pela Congregação de Frades Capuchinos. Hoje, o lugar é responsável por mais de 50 mil atendimentos por mês, entre consultas, tratamento odontológico e exames laboratoriais. Todo o atendimento é gratuito.
“Eu fiz uma visita lá, e me surpreendeu positivamente. Por isso estamos fazendo essa doação com todo o amor e carinho”, justificou Rai.
O veículo foi recebido pela diretora do Centro, Ivanete Mendes, e pelo frei Carlos Pestana, nesta segunda-feira (1º).
“Sinal de que a nossa obra tem um respaldo e uma finalidade muito grandes. Cada ajuda que chega é uma providência de Deus”, comemorou o frei.
“Ele entrou e viu o que temos a oferecer. Que outros empresários não passem apenas na frente, mas que entrem e conheçam o nosso trabalho”, conclamou Ivanete Mendes.
De fato. É o maior projeto social do Amapá quando o assunto é atenção básica de saúde. Graças a voluntários e parceiros como a Casa do Motoqueiro, o centro funciona de segunda a sexta-feira com consultórios médicos em várias especialidades, além dos exames de imagem e laboratoriais.
Dentro da mesma área funciona um centro odontológico novinho e bem equipado que faz dezenas de atendimentos por dia. Ninguém paga nada.
Dramas
Para conseguir atendimento, basta procurar o centro, se cadastrar e passar por uma avaliação com a equipe de assistência social.
O centro não atende apenas pessoas muito pobres. Muitos pacientes são oriundos da classe média com graves dificuldades financeiras, incapazes de pagar um plano de saúde ou de conseguir um atendimento mais rápido na rede pública.
Além do atendimento médico, o centro também mata a fome de centenas de pessoas por dia. Pelo menos três vezes por semana os pacientes e moradores de rua podem almoçar no local.
A refeição é preparada com carinho por várias voluntárias, donas de casa que também decidiram devolver um pouco do que receberam durante a vida.
Uma dica: não precisa ter dinheiro para fazer o bem. Dedicar um pouco de tempo, alimentos, roupas, medicamentos, brinquedos ou a capacidade profissional. Vale tudo nessa corrente.