A direção da Eletronorte admitiu nesta terça-feira, 14, que os apagões de energia que vem atingindo os bairros da capital, Santana, Mazagão e outros municípios, há mais de duas semanas, são fruto de racionamento de energia. A informação foi confirmada pelo diretor da empresa no Amapá, Marcos Drago.
Todo o parque da Eletronorte gera hoje 270 megawatts. Já a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), que possui um parque térmico, produz cerca de 50 megawatts. Toda a produção está no limite da demanda. “Quando há desligamentos entre às 13 horas e às 15 horas, período de pico da demanda, é porque nós tivemos que fazer o corte, pois a demanda ultrapassou o nível de produção”, explicou o diretor. “Não é um racionamento comum, com datas e horários pré-definidos, mas naquele momento é um racionamento”, acrescentou Drago.
O consumidor amapaense não deveria estar passando por um novo racionamento se a estrutura de rebaixamento da energia que vem pelo Linhão de Tucuruí já tivesse sido construída pela CEA. O Linhão de Tucuruí já está energizado.
O rebaixamento da energia consiste na construção de três linhões que precisam fazer a conexão com as subestações “Santana”, “Macapá II”, e “Equatorial”. A CEA chegou a anunciar que a obra estaria pronta em maio, depois outubro e agora a nova previsão oficial é fim de dezembro. “Mas não estamos vendo essas obras acontecendo, o que é preocupante”, comentou o diretor.
A obra de rebaixamento também impede que a capital e outros municípios também recebam energia das hidrelétricas de Santo Antonio, em Laranjal do Jari, da Alusa, no município de Ferreira Gomes. As duas já estão produzindo em fase de testes. A CEA não quis se pronunciar sobre o assunto.
Os pequenos racionamentos podem ficar maiores se o reservatório do Paredão baixar muito o nível e houver uma demora na chegada das chuvas na cabeceira do Rio Araguari. “Por enquanto o nível está normal. Mas se baixar muito teremos mais problemas”, avisou Drago.