SELES NAFES
A deputada federal Janete Capiberibe (PSB) decidiu que não irá aceitar o resultado da eleição para o Senado no Amapá, quando foi derrotada por Lucas Barreto (PTB) na disputa pela segunda vaga. Ela anunciou na tribuna da Câmara que aguarda uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular a eleição.
Num discurso, com pouco mais de 3 minutos, ela agradeceu os 125 mil votos que teve, e não demorou para a iniciar críticas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP).
“Eu e meus eleitores chegamos ao final desse processo com um enorme sentimento de injustiça por decisão do Tribunal Regional Eleitoral”, disse.
Na véspera da eleição, o tribunal decidiu tornar nulos os votos da chapa do PSB/PT depois que o TSE indeferiu todas as candidaturas do PT no Amapá por problemas com a prestação de contas do fundo partidário de 2015.
Na véspera, disse ela, a decisão causou incerteza sobre se os votos dela seriam ou não válidos.
“Milhares se eleitores não foram votar, ou mudaram os votos”, alegou.
E criticou indiretamente o Ministério Público Eleitoral (MPE), responsável pelo combate aos crimes eleitorais como a compra de votos.
“Deixei de ser eleita para o Senado por uma diferença de 3.063 votos, ou seja, 0,4% do total. Além disso, a massiva compra de votos e favores não foi reprimida”, concluiu. Veja o discurso na íntegra.
O TRE já negou pedido do PSB para anular a eleição, posição que foi endossada pelo MP Eleitoral. A procuradora eleitoral, Nathália Muriel, avaliou durante o julgamento que anular a eleição porque o resultado foi diferente de pesquisa de intenção de votos era usar de “achismo”. Janete está recorrendo ao TSE.
O pedido já tinha sido amplamente criticado pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Lucas Barreto (PTB) que compararam a tentativa de anular a eleição para o Senado como um “golpe à vontade popular manifestada nas urnas”.