Há um ano os vendedores de frutas e outras mercadorias que trabalham próximo à Feira do Pescado, no Igarapé das Mulheres, em Macapá, esperam respostas da Prefeitura e do Governo do Estado quanto ao remanejados deles do local. A principal preocupação dos ambulantes é com o risco de desabamento da calçada e do muro de arrimo da orla do bairro.
Cerca de 40 ambulantes trabalham no local, a maioria casais que sustentam a família com a renda de um pouco mais de um salário mínimo por mês. Boa parte da calçada e do muro de arrimo já desabou em função das lançantes da marés do Rio Amazonas. Vendedor na feira há 18 anos, Francisco Silva conta que dorme mal à noite, com medo que sua barraca seja derrubada pela maré. “Eu sinto muito medo mesmo, a gente sabe o risco que corre, mas se eu não trabalhar como minha família vai comer. A gente faz isso por necessidade mesmo”, disse o senhor de 50 anos.
Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Semdurh) informou que sabe das condições de risco que os ambulantes enfrentam e que está providenciando medidas de remanejamento. A Semdurh não soube informar quando isso ocorrerá. O secretário de Obras de Macapá, Rogério Cardoso, disse que não há previsão de obras no local enquanto os vendedores não forem transferidos.
Os ambulantes também temem pela falta de policiamento no local. A ambulante Raimunda Lopes, por exemplo, diz que alguns vendedores pagam vigias à noite no local. “A gente se preocupa muito com esse risco, mas não tem pra onde ir”, disse.
Percebendo que próximo da feira as vendas eram melhores, os ambulantes construíram uma ponte que liga um lado ao outro do Igarapé das Mulheres. Antônio Luiz, administrador da Feira do Pescado, diz que por pressão dos feirantes teve que chamar a Guarda Municipal para fiscalizar a feira. A ponte continua no local e divide opiniões.
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural informou que há fiscalização, mas que os ambulantes que são remanejados sempre voltam.