O primeiro a morrer foi o menino Johnny Breno, de apenas 7 meses, em 2005. Depois foi a mãe dele, Benedita dos Santos, de câncer de mama. Agora quem morreu foi o pai de menino, o professor do Estado João Bosco Ribeiro, de 59 anos. Ele estava internado há duas semanas no Hospital de Emergência de Macapá, vítima de disparos de arma de fogo em um suposto assalto em sua residência, no Bairro do Pacoval, Zona Leste da capital.
Johnny Breno foi a primeira criança do Amapá a entrar para a lista do Ministério da Justiça que tem nomes e fotos de crianças desaparecidas em todo o país. Os pais e a babá, na época com 15 anos, alegaram que homens entraram na residência e levaram a criança. A principal testemunha era a babá, que mudou o depoimento várias vezes durante as investigações.
A ossada de Johnny Breno foi achada enterrada num terreno vizinho, no Bairro Açaí, também na Zona Norte, por uma mulher que fazia a limpeza do lote. O crânio tinha uma fratura. O caso chegou a mudar de delegado várias vezes. O último deles, Hildeberto Cruz, faleceu no ano passado sem conseguir solucionar o crime.
Depois da morte da criança, Benedita engravidou de novo, mas depois que teve a criança acabou perdendo a luta contra um câncer. Desde então, João Bosco morava sozinho com o filho do casal, hoje com 8 anos, no Pacoval.
No último dia 10, pela manhã, ele teve a casa invadida por dois assaltantes. Segundo a polícia, o professor teria reagido e foi atingido por dois tiros, um no rosto e outro no tórax que lhe provocou a perda de um dos pulmões. João Bosco estava internado na UTI no Hospital de Emergência e chegou a passar quase uma semana numa enfermaria depois de apresentar melhora do quadro.
João Bosco deixa 7 filhos de outros relacionamentos. Ele vinha ocupando um cargo de chefia em uma escola no Bairro Perpétuo Socorro.