Morador relata agressão de operário em protesto por conclusão de avenida

Setrap diz desconhecer episódio e promete conclusão da via após período de chuvas
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Por RODRIGO INDINHO

Com uma nova previsão de ser entregue em junho de 2019, a obra de duplicação da Avenida 13 de Setembro continua gerando transtornos à comunidade da zona sul de Macapá.

Desta vez, os moradores do bairro Novo Buritizal afirmam que foram vítimas de agressões e ameaças por parte de funcionários de uma empresa que presta serviço para a Secretaria de Estado de Transportes do Amapá (Setrap), durante uma manifestação na manhã da última terça-feira (15). O protesto buscava impedir que as manilhas fossem levadas e cobrava a conclusão das obras na via.

Mário Borges, 50 anos: Autônomo relata ter sido agredido Foto: Rodrigo Indinho

Ao portal SelesNafes.com, o Setrap informou que houve um rompimento em um bueiro no Distrito do Lourenço e como não havia manilhas prontas, foi necessário pegar 12 manilhas da 13 de Setembro e que serão brevemente repostas. O Setrap salientou que não teve conhecimento de agressões ocorridas na retirada do material.

Prevista para ser entregue em janeiro…

 

… obra parada atrapalha a vida de quem passa no local

Porém, o autônomo Mário Borges, de 50 anos, diz ter sido vítima da agressão de um funcionário que estava dirigindo uma máquina. Residindo na região há 15 anos, ele conta que foi agredido ao impedir que as manilhas fossem levadas.

“Na hora que eu cheguei vi que eles queriam levar as manilhas que demorou anos para chegar, me coloquei na frente e o rapaz que tava na máquina chegou até me bater com a máquina da empresa. Depois daí, começaram a filmar, apareceu um encarregado, mas quando as pessoas queriam saber o nome dele ele se negou a dizer. Muito nervoso ele ameaçou que ia quebrar o telefone da minha esposa e mesmo assim cobramos a continuidade da obra”, disse.

Ricardo Favacho, 50 anos, morador há mais de duas décadas: desrespeito

A obra iniciou no dia 30 de novembro de 2017 e estava prevista para ser entregue em setembro de 2018. Segundo Ricardo Favacho, de 50 anos, morador do local há duas décadas, desde o início de novembro os operários abandonaram a obra, que estava em processo de finalização.

“Sofremos direto aqui na rua com a água e já fizemos uma manifestação que durou 30 dias. Eles não nos dão nenhuma resposta e quando vêm aqui destratam a população que só está cobrando seus direitos para viver bem. Tem até um outro vídeo em que um funcionário diz ‘eu não moro no lago’, tipo desmerecendo a gente. Queremos então uma resposta urgente”, comentou.

Setrap informou que 12 manilhas foram levadas para o Lourenço

Os serviços no trecho de 1,4 quilômetro, que inicia na rotatória da Rua Claudomiro de Moraes e segue até o residencial Jardim Açucena, na comunidade da Cuba de Asfalto, incluem drenagem, reciclagem, terraplenagem e pavimentação, além de calçadas com meio fio, ciclovia e sinalização.

O que diz o secretário de transportes

Por telefone, o secretário de Estado de Transportes, Benedito Conceição, disse que a etapa de pavimentação da Avenida 13 de Setembro teve que ser paralisada para que fosse feita a complementação da obra na Avenida Thiago Flexa, para a instalação de manilhas. O ajuste atende a uma reivindicação da comunidade, que sofria com alagamentos no inverno. A previsão é que a obra seja retomada somente em meados de maio ou junho.

“Já era pra estar pronta, mas houve essa solicitação dos moradores. No período de chuvas a gente não mexe em terraplanagem e nem drenagem porque fica pior. Então, se Deus quiser, a gente conclui os 200 metros de drenagem, pavimentação asfáltica, meio fio e calçadas da 13 de Setembro até junho”, informou o gestor.

Foto de capa: enviada por moradores

Seles Nafes
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