Por SELES NAFES
A Polícia Civil do Amapá e a família da cabo da PM Emily Carine autorizaram a exumação do corpo dela após a violação do túmulo, no Cemitério São José, Bairro do Buritizal, em Macapá. Além de tentar identificar os autores, a perícia tentará achar respostas para várias dúvidas, entre elas porque a farda da militar foi rasgada.
Policiais, peritos e a própria delegada que estiveram no local confirmaram ao Portal SN que a farda com a qual a policial foi sepultada foi danificada.
“O uniforme está aberto. A calça comprida foi baixada. Houve manuseio das vestes dela dentro da sepultura, mas não temos certeza se os braços foram retirados”, comentou a delegada de Crimes Contra a Mulher, Sandra Dantas. Foi a delegada quem conduziu as investigações sobre o homicídio da policial, ocorrido no dia 12 de agosto do ano passado. O autor da morte, o ex-namorado da policial, o soldado Kássio de Mangas, continua preso à espera do julgamento.
Segundo o comandante do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE), major Carlos Augusto, a família foi informada sobre a violação do túmulo e o arrombamento do caixão por volta das 17h de segunda-feira (28), e às 17h23min o Ciodes foi acionado.
Uma viatura acompanhou a família até o local, já no fim da tarde, mas a chuva impediu qualquer tipo de procedimento.
“A família está num processo de luto, e outro acontecimento trágico está acontecendo. Ainda é cedo para falar de motivação. Falam em magia negra, mas isso só será elucidado com a investigação”, ponderou o comandante.
Braços
Como no início a informação era de que havia apenas danos materiais, um perito de Crimes Contra o Patrimônio da PC foi acionado, mas logo se constatou que o caso envolvia o vilipêndio do cadáver.
“Solicitamos o levantamento de impressão digital em torno do túmulo e da exumação, o que a autoridade policial já concordou. Também estamos atrás de pelos, sêmen e outros materiais biológicos, se houver”, explicou Giovani Fonseca, perito de Crimes Contra o Patrimônio.
O perito confirmou que os braços não foram vistos no cadáver.
“Quando a pessoa é sepultada os braços ficam sobre o corpo, e não encontramos essa parte (os braços). Pode ter sido movimentada durante a violação e estar espalhada dentro do caixão”, ponderou.
O corpo da policial está sendo levado para a Polícia Técnico-Científica (Politec) para realização da perícia. O laudo deverá ser divulgado em poucos dias.
A delegada Sandra Dantas criticou a falta de segurança no cemitério.
“Só há vigilantes durante o dia. Se fizeram isso com ela, então pode ocorrer de novo com outras sepulturas”, alertou a delegada.
A administração do Cemitério São José informou que este foi o primeiro caso de vilipêndio de cadáver no local.