Empresas combinavam quem ia ganhar e se davam cobertura, diz promotor

Promotor de Justiça do Amapá disse que empresas pagavam propina ao prefeito e outros agentes públicos
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Por SELES NAFES

O promotor de Justiça do Ministério Público do Amapá, Afonso Guimarães, disse à Rede Amazônica, nesta quinta-feira (21), que empresas combinavam entre si quais iam ganhar licitações no município de Calçoene, cidade a 370 km de Macapá.

Segundo o promotor, o esquema era comandado pelo prefeito Jones Cavalcante (PPS), que está preso preventivamente há mais de uma semana a pedido do MP.

“Esquema do prefeito de propinas. (As empresas) são beneficiadas com licitações dirigidas onde elas se reúnem e uma dá cobertura para outra. (…) Em seguida, em outra licitação, a que venceu a anterior dá cobertura para outra”, resumiu o promotor, referindo-se à manobra das empresas para simular concorrência.

Segundo ele, o esquema envolveu várias empresas que, além de fraudarem as licitações, prestavam serviços com valores superfaturados com um só objetivo:

“(…) Para pagar propina a agentes públicos, como o caso do prefeito e assessores dele diretos”, comentou.

A defesa do prefeito negou as acusações, mas disse que só irá se pronunciar publicamente “no momento oportuno”.

Prefeito recebia propina das empresas, diz promotor. Foto: Ascom/Alap

Jones Cavalcante está na penitenciária do Amapá desde o dia 10 de março, quando o desembargador Manoel Brito aceitou pedido de prisão feito pelo MP, que deflagrou a Operação Sangria, no ano passado.

O MP investiga contratos que totalizam mais de R$ 10 milhões. Jones Cavalcante governa o município há apenas dois anos, depois de ser o mais votado em uma eleição suplementar realizada pelo TRE.

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