Por SELES NAFES
Imagine passar sete meses sem nenhum tipo de renda no fim do mês, e mesmo assim ainda ter que trabalhar todos os dias, pontualmente. Isso sem falar do malabarismo para colocar comida na mesa. É exatamente esse o drama vivido por 206 funcionários da empresa Vigex, do contrato com a Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa).
Os vigilantes estão distribuídos pela rede hospitalar do Estado, como a Maternidade Mãe Luzia e o Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal).
“O crédito (no comércio) já acabou no terceiro mês sem receber. Agora a gente conta com a ajuda dos parentes da minha esposa. Eles ajudam com boa vontade, mas a gente sabe que para eles também é um sacrifício. É humilhante”, diz constrangido um vigilante.
O Sindicato dos Vigilantes do Amapá (Sindviap) denunciou o caso ao Ministério Público do Trabalho e ingressou com uma ação contra o governo do Estado e a Secretaria de Saúde.
Na primeira audiência, em fevereiro, a empresa não apresentou a planilha atualizada de trabalhadores.
“Na segunda audiência, no dia 11 de março, a Vigex ainda não havia protocolado essa documentação. Vamos tentar outra mediação, se não teremos que entrar com uma ação também contra a empresa”, adiantou a vice-presidente do Sindviap, Simone Cardozo.
“Fui hoje (terça, 26) na Sesa, e o secretário (Gastão Calandrini) disse que estão correndo atrás de recursos para pagar o salário de setembro de 2018”, revelou a sindicalista.
Em nota enviada ao Portal SN, a Sesa informou que reconhece os débitos com a Vigex. Segunda a secretaria, os processos de pagamento estão lentos por causa de um termo de ajuste de conduta firmado com a empresa.
Mas, além disso, o principal problema é a “a queda nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) repassado ao Estado têm dificultado a realização dos pagamentos”.
A Sesa não deu uma previsão de quando começará a regularizar a situação.