Por SELES NAFES
Um júri popular irá julgar, nesta quarta-feira (24), o acusado de matar um professor durante uma confusão motivada por ciúmes, há cerca de dois anos, em um bar. A vítima tentava defender uma mulher que estava sendo agredida.
Virgílio Diniz Sacramento, de 33 anos, era professor na Escola Estadual Predicanda Lopes, e coordenador de projetos que incentivavam os alunos à leitura. Era casado e nasceu numa família pobre de Moju (PA), que tinha 11 irmãos. A maioria, hoje, é professor.
Na noite de 12 de junho de 2017, depois de deixar um amigo em casa, ele decidiu parar em um bar no Bairro Nova Esperança, na zona oeste de Macapá, a convite de outro amigo. Segundo a família, ele nunca havia estado naquele local.
De acordo com os autos do processo, um advogado que estava no bar tinha tirado uma mulher para dançar antes da chegada do professor. O ex-namorado dela, com ciúmes, foi em casa para se armar e voltou para a festa.
Ao retornar, ele teria discutido com a moça e jogou um copo de cerveja no rosto dela. O professor Virgílio pediu que o homem não fizesse aquilo, que era possível resolver conversando. Como resposta, recebeu uma facada fatal no abdômen, um pouco abaixo do umbigo.
O professor ainda se sentou à espera de ajuda. Ele foi levado para o Hospital de Emergência de Macapá, onde morreu no dia seguinte depois de uma cirurgia.
“Ele ainda conversou comigo, dizendo que não tinha entendido nada. Que não era culpa dele”, lembra uma irmã do professor.
O acusado, o ajudante de pedreiro Iguacy Almeida Nunes, de 36 anos, se apresentou na delegacia de polícia dois dias depois do crime. Ele responde ao processo, em liberdade, como réu confesso.
“Virgílio faleceu com 33 anos, se formou muito cedo, estava cursando pós-graduação em contação de histórias, era fluente em inglês, católico, tinha paixão pelo Paysandu, amava crianças, era casado e estava planejando ser pai”, descreve a irmã.
O julgamento será às 8h, no Fórum de Macapá. O Portal SN tenta contato com a defesa de Iguacy Nunes.