Em Pedra Branca, unidade de saúde tem medicamentos vencidos e denúncias

CRM encontrou 58 irregularidades na unidade. Moradores estão pedindo a transferência de um médico que não estaria cumprindo plantões
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Por SELES NAFES

As redes sociais de moradores do município de Pedra Branca do Amapari, cidade a 180 km de Macapá, estão cheias de mensagens de indignação contra as condições de atendimento na Unidade Mista de Saúde, gerenciada pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). A precariedade foi confirmada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).

No dia 19 de março, uma inspeção do CRM encontrou 58 irregularidades na unidade, desde macas inadequadas ao desfibrilador que não estava funcionando. O equipamento é essencial para pacientes em crises cardíacas. Além disso, o conselho encontrou medicamentos vencidos ou prestes a vencer.

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Ainda de acordo com o relatório, apesar de a unidade funcionar 24h, não há repouso médico. Os consultórios possuem infiltrações, mofo, e os profissionais não estão recebendo alimentação.

Sesa informou que fará readequações, mas não informou quando. Foto: Arquivo/SN

Procurada pelo Portal SN, a Sesa informou que, dentro de sua capacidade financeira, fará “readequações necessárias e reforça que não tem medido esforços para manter a qualidade e agilidade na prestação dos serviços que são indispensáveis para a população”.

Médico

Segundo relatos dos moradores, um dos médicos da unidade estaria se recusando a cumprir plantão na unidade mista. Em alguns casos, ele teria receitado medicamentos pelo telefone, aconselhando o paciente a voltar na unidade no dia seguinte, como teria sido o caso de uma mulher com o filho que estava com pneumonia. Ela denunciou que só conseguiu o diagnóstico depois de ser atendida por outro médico.

A indignação é tanta que alguns moradores estão divulgando uma petição eletrônica pedindo a saída do médico. Até ontem, no entanto, apenas 50 pessoas tinham assinado o documento virtual.

Desfibrilador não funciona há bastante tempo. Foto: CRM/AP

O Portal SN conversou com o médico. Ele admitiu que dá orientações por telefone sempre que está de sobreaviso, e não de plantão.

“As orientações por telefone são comuns, inclusive o Samu faz assim também”, explicou.

Ele negou que descumpra plantões, e garantiu que chega a ficar até 15 dias trabalhando ininterruptamente na unidade mista de Pedra Branca.

A Sesa disse que está apurando uma denúncia envolvendo o descumprimento de carga horária, e que já solicitou manifestação do médico.

“Caso a denúncia seja confirmada, a Sesa adotará as medidas cabíveis. Além disso, existe um número de telefone disponível da Ouvidoria (3312-1548) para que a população formalize qualquer tipo de denúncia em relação à saúde”.

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