Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Cerca de nove anos depois de ter iniciado, as obras do muro de arrimo da comunidade do Aturiá, no Bairro do Araxá, na orla de Macapá, ainda estão longe de terminar. Nesta sexta-feira (10), o Portal SelesNafes.Com voltou a visitar as obras de construção, e foi possível perceber que o avanço das águas é cada vez maior, ameaçando as moradias que restaram. A Seinf admitiu que as obras só estarão prontas em 2020.
“Nos dias de lançante da maré, a água cresce muito e ‘lava’ toda a rua aqui. Só não derrubou mais casas, porque todo mundo se ajuda, construindo por nós mesmos, com madeira e pedra, barricadas para segurar a água. A obra acontece, mas fica muitos dias parada”, conta o ajudante de pedreiro Adaílton Cardoso, de 23 anos.
Hilário Pereira, morador do Aturiá desde 1993, afirma que a área diminuiu em pelo menos 60 metros, e que a construção do muro já leva quase dez anos.
“Dizem que as pessoas que estão com um ‘x’ marcado nas casas serão retiradas daqui e indenizadas. Sei que têm pessoas que já perderam as casas que foram colocadas para receberem aluguel social”, disse o morador.
Histórico
A obra foi licitada pela primeira vez em 2011, depois do avanço contínuo das águas. Por problemas de recursos e falta de certidões, os trabalhos foram paralisados vários vezes. sendo retomados somente em 2017, com nova licitação. O custo total previsto, é de aproximadamente R$ 13,5 milhões.
A reportagem do Portal SN esteve no canteiro de obras da empresa responsável e conversou com trabalhadores, que confirmaram que há dias em que é possível avançar com o trabalho, dependendo das condições da maré e das chuvas da região.
A obra está em andamento a partir de duas frentes: uma no sentido do Araxá para o Aturiá e outra vindo no sentido oposto.
Novo prazo para conclusão
Procurada pelo SN, a Secretaria de Infraestrutura do Estado do Amapá (Seinf) declarou que as obras estão em andamento.
A secretaria esclareceu que a lentidão se deve aos fatores climáticos específicos da nossa região, que em 2019, o índice pluviométrico está especialmente elevado e são previstas chuvas fortes, combinadas com marés altas até o mês de julho.
Por conta destes fatores, os técnicos da Seinf já trabalham com a real possibilidade de que obra não seja concluída até o fim de 2019, como é o prazo atual, e que provavelmente a entrega será realizada entre os seis primeiros meses de 2020.
A Secretaria informou ainda que 512 famílias serão removidas do local com a conclusão da obra e serão alocadas em futuro loteamento, próximo da região.