Por SELES NAFES
Polêmico, sem papas na língua, mas que ao mesmo tempo sabia dialogar e receber as pessoas. É assim que amigos e parentes descrevem a essência política de Jarbas Ferreira Gato, que morreu ontem (11) à noite, aos 87 anos, no Hospital da Unimed, em Macapá.
“Quando ele começou na política só haviam dois partidos, a Arena e o PDS. Ele era de direita, mas passou pelos principais movimentos estudantis. Criou a Ubma (União dos Motoristas) e foi autor do projeto que deu a sede da Câmara de Vereadores”, lembra o filho, o jornalista Ranolfo Gato.
“Deixou um legado de união. Ele sempre dizia que na política não se pode ter inimigos, mas adversários”, acrescentou.
Um dos 23 deputados que ajudaram a escrever a Constituição do Amapá, promulgada em 1991, Jarbas Gato nasceu em Oriximiná (PA). Chegou ao Amapá em 1950, aos 18 anos, e entrou para a Guarda Territorial.
Nos anos seguintes foi taxista, dono da primeira frota de táxis e da primeira empresa de ônibus. Ingressou na política em 1975 como vereador.
Ficou casado durante mais de 50 anos com Verônica Oliveira Gato, ex-Miss Trem, que faleceu em 2017 aos 85 anos. O casal teve sete filhos. O filho mais velho tem 62 anos e o mais novo, 55. Foram 17 netos e vários bisnetos.
“Ele deixa uma lição de amor, de família. A nossa casa a gente diz que é a Casa do Gato Supremo, onde reuníamos a família todos os domingos”, lembra a engenheira eletricista Vanja Maria Gato Medeiros, uma das filhas.
Nos últimos sete anos Jarbas Gato lutou para ter saúde. Cardíaco, chegou a ser internado várias vezes em Belém (PA). Ontem, ele estava em casa quando passou mal, e teve parada cardíaca no hospital.
O velório está sendo realizado no plenário provisório da Assembleia Legislativa do Amapá, no Centro de Convenções João Batista Picanço, no Centro de Macapá, desde o início da manhã. O sepultamento está marcado para as 17h, no Cemitério São José.