Por FERNANDO SANTOS
Um gesto nobre e de cidadania caiu no gosto da população do segundo maior município do Amapá durante o sábado (15). Em Santana, distante a 17km de Macapá, um morador da região portuária da cidade decidiu, por conta própria, revitalizar uma placa de sinalização vertical que estava em estado de deterioração. Além da placa, ele também recuperou um ponto de ônibus tradicional da cidade.
O comerciante Paulo Melo, que também já foi vereador em Santana nos anos 1990, disse que a placa estava descartada na Rua Salvador Diniz, no Centro, foi quando ele decidiu levá-la para área portuária. Mas antes ele precisou revitalizá-la.
“Ela [a placa] e mais duas foram retiradas do seu local de origem não sei porquê. E vi elas jogadas no chão em frente à casa de um conhecido. Quando voltei de novo lá, só tinha essa aí, foi quando tomei a iniciativa”, explicou Paulo Melo.
Placa recuperada pelo ex-vereador por conta própria. Fotos: Fernando Santos
A placa revitalizada foi colocada na Rua Rio Jari esquina com a Avenida Santana, na área portuária. Nas redes sociais, as pessoas passaram a postar mensagens de parabéns pelo gesto.
“Muito boa a iniciativa. Você está de Parabéns. Nota 20 pra você”, disse Roberto Gonçalves, autônomo.
“Rádio Cipó”
Uma parada de ônibus de Santana ficou conhecida nos anos 1960 e 1970 como “Rádio Cipó”, tudo porque por lá eram comuns muitas conversas entre trabalhadores da antiga Mineradora Icomi. De tudo era falado debaixo de uma cobertura e um banco para sentar.
Ponto conhecido como “Rádio Cipó” também foi revitalizado pelo morador
A estrutura que estava em estado precário, também foi revitalizada pelo morador Paulo Melo.
“Sobrevivendo ao tempo. Um tempo que já perdura por seis décadas. Era uma espécie de estação de encontro da chegada e saída daqueles que levavam orgulhosamente no peito a tão obcecada chapa da Icomi. Era um lugar onde tudo se sabia, dos mexericos aos assuntos mais glamourosos da época. Hoje, com ela revitalizada, sinto como se estivéssemos nos bons tempos de Icomi”, concluiu nostálgico.
Apesar de já ter sido político nos anos 1990, Paulo garante que nunca mais se candidatará.