Por SELES NAFES
Uma torre residencial de alto padrão que deveria ter sido entregue em 2016 em um dos bairros mais tradicionais de Macapá, hoje não passa de um imenso esqueleto de concreto, que não chegou nem à metade de seus 19 andares previstos. De nome imponente, a “Torre di Firenze” acumula mato, e começa a preocupar a pacata vizinhança do bairro do Trem, especialmente por causa dos animais atraídos por entulhos, como os ratos.
“A última movimentação que eu vi aí tem mais de ano. Nem me lembro quando”, diz uma moradora da Rua Hamilton Silva, onde está a lateral do edifício, e onde também fica o antigo escritório da Meio Norte, construtora responsável pela obra.
A construção da torre começou em 2013, e os trabalhos prosseguiram a todo o vapor por mais de um ano, quando começaram a desacelerar.
Havia apartamentos que estavam sendo vendidos por R$ 665 mil, neste caso o de 3 dormitórios. Outras unidades tinham até cinco dormitórios, com preço chegando perto de R$ 1 milhão.
O projeto inclui varanda gourmet, duas vagas na garagem, academia de ginástica, elevador panorâmico, espaço mulher, espaço kids, quadra de esportes, salão de eventos, e gás encanado, entre outros benefícios.
O Portal SelesNafes.Com apurou que, ao todo, 23 famílias chegaram a adquirir os apartamentos, e pelo menos 9 ingressaram com ações na justiça.
A Meio Norte já havia entregue, com sucesso, outros dois empreendimentos residenciais em Macapá, mas teve problemas com o Di Firenze, exatamente na época em que começava a recessão no país.
“As vendas não avançaram. Não conseguíamos converter as vendas por causa do cronograma das obras. As pessoas visitavam a obra, e viam que estava lenta, então não sentiam confiança em comprar. Mas a Meio Norte já entregou outros empreendimentos. O problema foi a crise”, explica Danilo Brito, um dos corretores contratados para tentar alavancar as vendas.
O Portal SelesNafes.Com tentou contato com a Meio Norte pelo telefone 3225-7085, mas a mensagem é de que o número não existe mais.
Uma das saídas para o impasse é uma empresa capitalizada assumir a obra, o que também implicaria em indenizar as famílias que já investiram no projeto. Enquanto nada é resolvido, o imponente esqueleto vai se incorporando à paisagem do antigo “Bairro Operário”.