Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Nessa sexta-feira (30) o Museu Sacaca, localizado no bairro do Trem, zona sul de Macapá, entregou cinco novos espaços para os seus visitantes. O dia foi repleto de atrações culturais e artísticas de etnias indígenas, povos da floresta e populações tradicionais.
As casas indígenas das etnias Wayana e Aparai, Palikur, e Waiãpi, além do espaço de leituras Samauma das Palavras, e do Espaço Multimídia, foram construídos e revitalizados no museu.
Programação de inauguração dos novos espaços…
… foi repleta de apresentações. Teve dança indígena, toada, Marabaixo, exposições artísticas. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN
As três casas indígenas tiveram um custo total de R$ 56 mil, oriundos da contrapartida financeira que o Instituto de Pesquisa Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) recebeu através da Hidrelétrica de Santo Antônio do Jari.
As três casas tiveram sua matéria prima e mão de obra indígenas das três etnias representadas pelos ambientes construídos, que na programação desta sexta-feira também eram parte da recepção aos visitantes do Museu.
Casa Samaúma das Palavras…
… é um convite à leitura
Neto de um índio Aparai com uma índia Wayana, Parawaiky Apalai, de 25 anos, tem os pais como sendo da primeira geração “Wayana Aparai”, e ele, portanto, já é da segunda geração das etnias que se encontraram no que hoje é o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque, na margem esquerda do Rio Jari, no município de Almeirim, extremo norte do Estado do Pará.
Pedagogo por formação, está casado há cinco anos com uma não indígena. Mora na cidade de Macapá, mas visita seus pais na aldeia constantemente.
“Achei muito bom construir esse ambiente aqui, pra mostrar nossa cultura. Já tinha a casa dos parentes Palikur e Waiãpi que agora foram revitalizadas, e estava faltando a nossa. Agora tem a casa, os instrumentos e aqui as pessoas podem conversar conosco e a gente se apresentar. Muito boa a iniciativa”, declarou o jovem indígena.
Parawaiky Apalai aprovou a iniciativa
O espaço Multimídia consiste em uma sala audiovisual onde é possível fazer uma imersão em variados traços culturais do Estado do Amapá. Exemplo disso, na hora da visita do Portal SelesNafes.com ao espaço, estava sendo reproduzido um documentário histórico sobre a Festa de São Tiago, em Mazagão Velho.
Já o espaço Samauma das Palavras é um convite à leitura, das mais básicas com cunha de distração, como gibis, até exemplares da literatura amapaense e também de escritos científicos sobre elementos culturais e históricos do Amapá. Os dois ambientes foram viabilizados através de parcerias com a iniciativa privada.
O espaço Multimídia consiste em uma sala audiovisual onde é possível fazer uma imersão em variados traços culturais do Estado do Amapá
“O Museu Sacaca além de ser a vitrine do Iepa, mostrando as principais linhas de pesquisa do instituto, é a representação da cultura amapaense. Aqui, temos a representação das parteiras, dos castanheiros, a Casa da Farinha e esses novos espaços são parte disso. Esse é mais um passo, ainda temos oito etnias indígenas para se fazerem representadas aqui no nosso museu e estamos trabalhando para construí-las”, declarou a coordenadora do Museu Sacaca, Eliane Nascimento.
coordenadora do Museu Sacaca, Eliane Nascimento
O dia foi repleto de apresentações. Teve dança indígena, toada, Marabaixo, exposições artísticas, além de todas as outras experiências e ambientações que o museu já proporciona diariamente.
O Museu Sacaca tem entrada gratuita e funciona de terça à domingo das 9 às 17 horas.
As casas indígenas das etnias Wayana e Aparai…
… , Palikur…
… e Waiãpi