Por RODRIGO ÍNDIO
Dezenas de motoristas de aplicativo realizaram protesto, na manhã desta segunda-feira (16) em frente a Unidade de Policiamento Comunitário (UPC) do distrito de Igarapé da Fortaleza, no município de Santana, a 17 km de Macapá.
O ato ocorreu em resposta a uma agressão sofrida por um grupo de motoristas nas primeiras horas do dia. Os condutores vinculados ao aplicativo Uber teriam sido agredidos por taxistas no Porto do Grego. Pelo menos quatro carros de aplicativos foram danificados na ação. Dois taxistas foram levados à delegacia.
Segundo Bira Silva, de 26 anos, que teve os vidros de seu carro quebrados na ação, tudo começou quando um motorista de aplicativo chegou no Porto do Grego para buscar um passageiro. Assim que entrou no Porto ele começou a ser oprimido por cerca de 10 taxistas e impedido de realizar o trabalho.
“Lá, os taxistas não deixaram nosso companheiro fazer a corrida, ele pegou o passageiro mais para frente, só que aí chegaram os taxistas e fecharam ele. O Uber solicitou nossa presença para poder sair com o passageiro de lá. Fomos recebidos com pedradas e pauladas. Foi uma loucura. Vim registrar boletim de ocorrência porquê do jeito que tá, não pode ficar. Só queremos trabalhar”, disse Bira.
Os motoristas de aplicativos relataram ainda que uma criança era passageira na hora do ocorrido. A categoria ressalta que alguns motoristas estão com diversas escoriações pelo corpo devido às agressões.
Por volta de 11h30, cerca de 70 motoristas de aplicativo saíram em carreata de protesto pelas ruas de Santana. O portal SelesNafes.com tentou conversar com o delegado do caso, mas ele estava em audiência. Dois taxistas permaneceram detidos na delegacia.
Taxistas
O presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Automotores de Santana (Sincovasa), José Cardoso, repudiou as agressões sofridas pelos motoristas de aplicativo e cobra uma medida do poder executivo municipal.
“Lamento a situação que estamos vivendo por culpa dos gestores do município. Sei que é lei federal a legalização do aplicativo, mas normas e critérios para fazer a regularização e explorar o serviço são obrigações dos gestores, através de órgãos competentes. Acho que vai ter que acontecer coisa pior, só pode. Assim como tem a minoria de taxistas que faz isso, existem deles [motoristas de aplicativo] também, não estou aqui para acusar ninguém, queria a regularização para a gente trabalhar em paz. A gente não pode ser parceiro de quem não paga imposto e explora o mesmo serviço que nós que pagamos”, opinou.