Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Após 38 dias de greve dos servidores municipais de Santana, o movimento está questionando cortes de ponto que a prefeitura efetuou sobre os salários.
A greve foi suspensa pela categoria na última sexta-feira (13), quando a assembleia geral dos trabalhadores levou em conta o corte de pontos feito pela Prefeitura Municipal de Santana, que reduziu os salários a R$ 15, em alguns casos, segundo a categoria.
Além disso, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Santana (SSMS), José Conceição da Silva Batista, o corte é ilegal, pois o movimento sempre esteve dentro da legalidade.
“O que o prefeito fez fere o princípio da isonomia. Pagou alguns servidores em um dia e a mais e outros procedeu cortes violentos. Há colegas que receberam R$ 15, R$ 16, e outros que após receberem ficaram negativados nas suas contas bancárias. A prefeitura lançou nota dizendo que nós do sindicato temos obrigação de esclarecer às pessoas que seus salários seriam cortados, um absurdo, porque esse corte é indevido”, afirmou o sindicalista José Conceição da Silva Batista, de 58 anos.
Segundo o sindicato, a categoria recebeu apoio da comunidade, que junto com o SSMS e entidades como o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinsepeap), ajudaram a conseguir cerca de 250 cestas básicas para os servidores que tiveram os cortes mais agudos.
Recuo estratégico
Segundo o sindicato, a categoria decidiu suspender a greve também porque quer demonstrar à Justiça que tem flexibilidade e está aberta a negociações.
“A prefeitura tentou quatro liminares para dizer que nossa greve era ilegal, não conseguiu. Nós queremos mesmo é negociar. Tivemos a iniciativa de buscar o judiciário e conseguimos falar com a desembargadora Sueli Pini, que nos atendeu e marcou uma audiência de conciliação para o próximo dia 20”, informou José Conceição.
Prefeitura de Santana
A prefeitura de Santana lançou nota informando se solidarizar com os servidores que tiveram seus salários cortados por conta da greve.
Segundo o prefeito Ofirney Sadala (PSL), o Município entende que é responsabilidade do SSMS informar aos trabalhadores o acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina à administração pública “proceder o desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos”.
A nota finaliza informando que a PMS está se esforçando para regularizar os pagamentos o mais rápido possível, já que “a categoria que foi prejudicada não tem responsabilidade pelo ocorrido”.