Com câncer, mãe e 4 filhos só têm macarrão instantâneo para comer

A família é da comunidade São Sebastião, ilha que pertence ao município de Afuá, no Pará, mas a mulher teve a criança na maternidade Mãe Luzia, em Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

A dona de casa Lucilene Brito, de 33 anos, diagnosticada com câncer no colo do útero, diz estar desacreditada que continuará viva. Para piorar, ela vem enfrentando uma série de dificuldades para se alimentar e se manter com os quatro filhos e o marido.

Lucilene apresentou problemas no colo do útero após o nascimento do filho caçula, que está com 1 ano e 4 meses. A família é da comunidade São Sebastião, ilha que pertence ao município de Afuá, interior do Pará, mas a mulher teve a criança na maternidade Mãe Luzia, em Macapá.

Família inteira passa por dificuldades em Macapá. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Como os outros três filhos tinham ficado com o pai, preocupada com eles, ela voltou pra casa sem um diagnóstico preciso. Na época, um médico chegou a falar para família que poderia se tratar de câncer, mas por falta de exames, não foi possível confirmar. Com a saúde bem debilitada, ela retornou pra Macapá neste mês de novembro para buscar tratamento.

Recentemente, o médico confirmou a doença, mas a família evita falar no assunto na frente de Lucilene porque se ela ouvir começa a se desesperar. Ela está fraca e passa o dia deitada sentindo muitas dores. Às vezes, chega até a desmaiar. Quando a febre aumenta e a dor também, a família a leva ao hospital, mas pouco se pode fazer.

Por causa da doença, Lucilene Brito tem dificuldades para se alimentar e está debilitada

Os filhos e o marido, Moisés Cabo Verde, de 27 anos, vieram juntos para a capital amapaense e estão morando numa casa alugada, em uma área de ponte do bairro São Lazaro, na zona norte de Macapá. Eles têm passado por muitas necessidades financeiras e alimentícias.

Faltam remédios, comida, roupas, ventilador, geladeira, TV e até panelas e fogão. O macarrão instantâneo ou o que eles conseguem para comer, por exemplo, é feito em um fogão à lenha improvisado.

Não há nada na despensa da casa

Local onde a família cozinha os alimentos, quando tem

A dispensa está vazia. Lucilene chora por ver os filhos sem nada. Ela pede doação em alimentos ou dinheiro para manter o básico na casa e ajudar no tratamento da doença, que a impede de retornar para sua cidade.

“Sofro com as dores da doença, mas sofro mais ainda em ver meus filhos sem ter o que comer e o que vestir. Teve dia que tivemos um miojo para repartir entre todos. Meu coração dói demais. Me ajudem a ter o que comer com meus filhos”, disse, chorando.

Crianças e adultos dividem um colchão…

… e uma rede para dormir

Moisés precisou largar tudo em Afuá, onde trabalha fazendo carvão e extraindo madeira da floresta – era o que fazia ajudar a cuidar da mulher e dos quatro filhos. Em Macapá, fica impedido de sair de casa para tentar arranjar emprego por causa dos cuidados com a esposa.

“Eu queria trabalhar, mas preciso cuidar deles, não é por falta de vontade e sim necessidade. É triste pra mim, mas preciso apoiar ela pra não desistir. Eu tenho fé em Deus que vamos vencer o câncer. Ajudem minha mulher e meus filhos, eu imploro”, emocionou-se Moisés.

Moisés: “Ajudem minha mulher e meus filhos, eu imploro”

Na casa onde a família está não tem quase nada. Por isso, eles têm que se ajeitar para dormir em um colchão e uma rede doada.

Lucilene tem irmãs que moram em Macapá, mas que também possuem poucos recursos financeiros. Elas iniciaram uma campanha para conseguir doações de alimentos, roupas, utensílios pra casa e dinheiro para o aluguel (R$ 300).

Licicleide Brito está promovendo uma campanha e pede a solidariedade da população macapaense

“Tudo o que trouxerem será bem-vindo. Queremos também iniciar o tratamento mas falta confirmar como tá a situação dessa doença. Ela chora dizendo que não tem cura e me dói ver minha irmã assim, sofrendo. Ajudem ela”, solicitou a irmã, Licicleide Brito.

Quem tiver interesse puder ajudar Lucilene, pode entrar em contato com os números (96) 99120-4884 ou (96) 99109-1323. Quem preferir pode fazer transferência bancária. Dados:

Dados bancários para quem quiser ajudar à família

Seles Nafes
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