Por RODRIGO ÍNDIO
A família ribeirinha de uma menina de apenas 9 anos de idade, que teve o couro cabeludo arrancado dentro de uma embarcação, conta com a solidariedade da população amapaense para prosseguir com o doloroso tratamento das lesões causadas no escalpelamento.
Ela está internada no Hospital de Emergência de Macapá desde o dia 1º de janeiro, quando chegou transferida da unidade de saúde do Afuá, município paraense, a 6 horas da capital amapaense. Foi nessa região que o trágico acidente ocorreu.
Segundo Cleonice Pinheiro, tia da criança, a família da vítima vive na região ribeirinha da comunidade de Furo dos Porcos, que pertence a Afuá. Naquela manhã de Ano Novo, a pequena Alice saiu com a mãe e os irmãos em uma catraia (pequena embarcação) em direção a casa da avó.
Segundo a tia de Alice, ela se abaixou e retirou a proteção do eixo do motor da embarcação e o cabelo dela acabou ficando preso, causando o escalpamento.
Em 45 minutos, a família conseguiu chegar à unidade de saúde de Afuá, onde a criança recebeu os primeiros atendimentos. De lá, foi encaminhada para o HE de Macapá, onde permanece internada sem previsão de alta.
Assim que soube do acidente, Cleonice veio para Macapá tentar ajudar a família. Ela diz que todo dia acorda cedo e bate de porta em porta mostrando a foto da sobrinha e pedindo ajuda, já que a família não tem dinheiro.
“Após o acidente, ela permaneceu acordada o tempo todo e dizia para a mãe que estava se mantendo forte porque ama muito os irmãos. A Josilene, mãe da Alice, tem 7 filhos e está grávida de cinco meses. A família é humilde e agora vai precisar muito da ajuda do povo amapaense”, relatou, emocionada, a tia da vítima.
A primeira assistência está sendo dada pela Associação das Mulheres Ribeirinhas Vítimas de Escalpelamento do Amapá. A entidade se ofereceu para abrigar a paciente e a família durante todo o tratamento, que deve durar muitos meses. Ela deve ir para lá assim que receber
De acordo com Cleonice, no próximo domingo, dia 6, o médico deve retirar o curativo da cabeça da menina e informar quais as medicações serão necessárias para o tratamento, mas a equipe médica já antecipou que o tratamento é dispendioso.
Por isso, a família está pedindo doações, para arrecadar o valor necessário com os remédios, que são caros. Qualquer ajuda em dinheiro, alimento, ventilador, rede, colchão e outros itens, podem ser deixados na Associação das Vítimas de Escalpelamento, que fica na Rua Beira Rio, 452, Perpétuo Socorro. Dúvidas podem ser tiradas pelo contato (96) 9 9129-8832.