Crime ocorreu na Rodovia Duca Serra, em 2018. Motorista negou nos autos, mas PM afirmou que ele estava sob efeito de álcool. Foto: Arquivo/SN
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Por SELES NAFES
O oficial da reserva da Polícia Militar que matou um casal num acidente de trânsito, no fim de 2018, foi condenado a 10 anos de prisão, em regime inicial fechado. A decisão foi da juíza Mayra Júlia Teixeira Brandão, da 5ª Vara Criminal de Macapá.
“Não tenho dúvida que o acusado, conduzindo seu veículo GM/S-10, de forma imprudente, consistente em trafegar na contramão de direção, atingiu frontalmente o veículo (motocicleta)”, comentou a juíza durante a sentença.
O acidente ocorreu na madrugada de 23 de dezembro de 2018, por volta das 2h, na Rodovia Duca Serra, em frente ao residencial Jardim Europa.
A S-10 dirigida por Toni de Jesus Oliveira colidiu de frente, na contramão, com a moto conduzida por José Wagner Costa. Na garupa, estava a esposa dele, Maria Odileia Souza dos Santos, que também morreu na hora.
O Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE) prendeu o oficial em flagrante por apresentar sinais de embriaguez. Apesar de ele ter se recusado a fazer o exame no etilômetro, os policiais constataram odor de álcool, olhos vermelhos e fala lenta, e assinaram um documento de constatação atestando que o motorista estava alcoolizado.
Toni de Jesus permaneceu preso por alguns meses e teve a liberdade negada diversas vezes.
No processo, o policial contradisse o laudo pericial do acidente afirmando que a motocicleta estava no sentido contrário e fazia ziguezague pela pista, o que teria causado o acidente.
Também nos autos, ele negou que estava sob influência de álcool.
“Observo que o acusado, embora tenha negado em juízo, confirmou ao delegado de polícia que havia ingerido bebida alcoólica naquele dia, sendo inconcebível a alegação suscitada em juízo de que não falou isso na delegacia, seja porque estava acompanhado de advogado naquele ato, seja porque é uma pessoa experiente na área, vez que se trata de um policial da reserva”, ponderou a magistrada.
O oficial poderá recorrer ao Tribunal de Justiça em liberdade.
