Raio X parado há 6 meses, tomografia sem funcionamento há mais de um ano, falta de gasolina para buscar medicamentos e falta constante de curativos, foram alguns dos problemas encontrados na tarde desta sexta-feira, 02, no Hospital de Emergência, pelo governador Waldez Góes que estava acompanhado pela Comissão de Gestão Compartilhada da Saúde, criada por ele. As informações farão parte de um relatório que vai dar subsídios para que Waldez decrete estado de emergência no sistema público de saúde do Estado.
A comissão que acompanhou o governador é formada pelos deputados estaduais Antonio Paulo Furlan (PTB) e Edna Auzier (Pros), secretário adjunto de Saúde Fernando Nascimento, e vice-governador Papaléo Paes (PP). “É o primeiro caminho dessa nova etapa. Vamos passar por todas as unidades de saúde colhendo dados para que possamos decretar o estado emergência. Só assim poderemos dar uma resposta imediata aos sofrimentos dos profissionais de saúde e pacientes que necessitam de atendimento”, disse o governador.
O médico traumatologista João Lago expôs as dificuldades que enfrenta no dia-a-dia para atender os pacientes. “Nós somos a linha de frente do problema. Os pacientes descontam toda a frustração deles nos profissionais. Não tiramos a razão deles, mas não podemos fazer muito coisa. Como posso ter um pré-diagnóstico de traumatologia se o aparelho de raio X está danificado há seis meses. Não temos como fazer diagnósticos simples, imagina procedimentos de alta complexidade. Queremos condições de trabalho, pois não temos nenhuma no momento”, reclamou o médico.
Muitos pacientes esperam por semanas alguma ajuda. Um exemplo é caso do estudante Marco Antonio, de 17 anos, que desde o dia 22 de dezembro espera por uma cirurgia de pulmão. “Sou morador de Pedra Branca do Amapari. Numa festa fui atingido com uma facada. Tive que ser transferido às pressas para o HE de Macapá. Passei por uma cirurgia de reconstrução e voltei para minha cidade, mas passei mal e tive que retornar no dia 22 para saber o que poderia explicar a falta de ar. Fiz uma tomografia em um hospital particular e foi constatado que não finalizaram a cirurgia corretamente. Voltei para a lista de espera e ainda não tenho resposta”, contou o rapaz.
A situação precária nas unidades de saúde será a base do novo governo para justificar o estado de emergência. “Com isso teremos ajuda nacional e poderemos remanejar recursos para atender a saúde do Estado e garantir uma solução imediata. Depois, com o decorrer dos anos, vamos buscar soluções definitivas para garantir um bom atendimento”, disse Waldez, que ao decretar o estado poderá fazer contrações emergenciais sem a necessidade de licitações e aplicar recursos variados no setor.