Por RODRIGO ÍNDIO
O delegado Vítor Crispim, que investiga o naufrágio com o navio Ana Karoline III, confirmou a autenticidade dos vídeos que circularam nas redes sociais logo após a tragédia. As imagens mostram uma possível sobrecarga e bastante água entrando pelo convés da embarcação antes da viagem.
Assista:
O inquérito instaurado na segunda-feira (2), pela 1ª Delegacia de Polícia de Santana, vai apurar se houve crime e os culpados do naufrágio. Duas pessoas já foram ouvidas: um militar da Marinha e o responsável pela balsa que passou o carregamento de 110 toneladas de açúcar para dentro do navio.
Esse representante da balsa foi quem informou a veracidade dos vídeos.
“Os registros foram confirmados por um responsável pela balsa que fez o embarque do açúcar que foi transportado pelo navio Ana Karoline III. Ele confirmou que os vídeos são verídicos. Esse embarque foi feito num porto particular denominado GCM, próximo ao Porto do Grego. Ele falou também que o comandante do barco ainda iria embarcar mais 30 toneladas de trigo no Porto do Grego, e mais passageiros”, detalhou o delegado.
delegado Vítor Crispim: vídeos são verídicos. Foto: Rodrigo Índio/SN
Ainda segundo Crispim, a embarcação passou por fiscalização no dia 28 de fevereiro no Porto de Santana e foi liberada para seguir viagem por dois militares da Marinha. Eles ainda não foram ouvidos, porque estão no local do naufrágio.
“O próximo passo é realizar as oitivas dos militares que realizaram a fiscalização que deve acontecer ainda esta semana, mas depende muito da conclusão do resgate. Também vamos fazer oitivas dos sobreviventes, que serão cruciais para entender as circunstanciais que levaram a esse naufrágio. Estamos conversando com o engenheiro naval para ver a possibilidade da retirada dessa embarcação do fundo do rio”, explicou o delegado.
PC ouvirá novos depoimentos sobre o naufrágio. Foto: Rodrigo Índio/SN
Já foram remetidos ofícios para: a Polícia Técnico-Científica (Politec) do Amapá para que peritos possam comparecer no local do naufrágio para verificar as circunstancias que levaram ao naufrágio; para o comando do Corpo de Bombeiros Militar para fornecer a lista de sobreviventes, bem como, de desaparecidos e vítimas fatais; e Marinha do Brasil, fazendo a intimação dos militares responsáveis pela fiscalização e documentos referentes a liberação de embarcação.
O comandante ficou de se apresentar ainda nesta semana, com a presença de advogada.