Por SELES NAFES
A Polícia Federal divulgou nesta quinta-feira (14) que dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Inglaterra pela Scotland Yard, a Polícia Metropolitana de Londres. A operação é um desdobramento da “Caminhos de Ferro”, de 2016, que investiga o deputado estadual Júnior Favacho (DEM), além empresários e lobistas.
Júnior Favacho era o presidente da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) em 2013 quando o parlamento deu anuência para a transferência da Estrada de Ferro do Amapá (EFA) para a Zamin Ferrous. Segundo o Ministério Público do Estado e a Polícia Federal, o rito foi rápido na Alap graças ao pagamento de uma propina equivalente a R$ 11 milhões, à época.
Segundo ação cível movida pelo Ministério Público do Estado contra Favacho, empresários e lobistas desse 2017, o dinheiro teria sido repassado ao deputado por uma empresa laranja com sede no Reino Unido, e o dinheiro usado na compra de maquinários da empresa de construção civil de propriedade do deputado. O parlamentar negou publicamente todas as acusações.
A PF informou hoje que o objetivo da “Operação Sem Fronteiras” é colher provas da participação de um núcleo internacional composto por empresários e consultores internacionais que residem no Reino Unido.
Outubro de 2013: Júnior Favacho com o dono da Zamin, após aprovação da entrada da mineradora
“Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Londres, no Reino Unido, pela Scotland Yard, com o apoio da Adidância da Polícia Federal em Londres. A investigação é desdobramento da Operação Caminho do Ferro, deflagrada em março de 2016, para apurar suposto pagamento de US$ 5 milhões à título de propina para parlamentar estadual”, confirmou a PF.
A operação é baseada em acordo internacional entre os dois países e foi realizada após “pedidos de medidas investigativas e judiciais ao Reino Unido”.