Por RODRIGO ÍNDIO
A partir da próxima terça-feira, 19 de maio, o Amapá passará a adotar o sistema de lockdoown regionalizado, para aumentar as medidas restritivas de circulação de pessoas em prevenção ao novo coronavírus. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (15), pelo governador do Estado, Waldez Góes (PDT), ao lado do prefeito de Macapá, Clécio Luís.
Estabelecimentos como farmácias e supermercados, considerados essenciais, não irão fechar.
Segundo Waldez, o aumento nos últimos 15 dias de 217% dos casos de infectados por covid-19 é o que leva os gestores dos 16 municípios mais o executivo estadual a executarem a intensificação no isolamento social.
De acordo com o Estado, há uma projeção de que nos próximos 15 dias, o Amapá poderá chegar a mais de 8 mil casos com 350 óbitos.
“No dia 30 de abril, tínhamos 1080 casos com 34 óbitos. Hoje dia 15 temos 3.428 com 101 óbitos (…). Se não tivéssemos adotado as medidas restritivas, a estatística nos mostra que hoje teríamos 300 óbitos. O Pará já chegou a 1095 óbitos, então com medidas restritivas está provado que a gente salva vidas sim, que a gente evita que tenha um número maior”, destacou o governador.
Lockdown regionalizado
De acordo com o governador, o lockdown regionalizado ocorrerá por bairro, municípios e regiões com maior incidência de infectados pelo coronavírus. Todos os bairros selecionados serão fiscalizados com barreiras, porém, os de maiores índices serão fiscalizados com maior intensidade.
Haverá também a implantação de rodízio de veículos e fechamento e proibição de acesso a logradouros públicos, como praças. (O rodízio será explicado com mais detalhes em reportagem que está sendo preparada).
Outra ação ostensiva em favor do isolamento será a implantação de um sistema de multas para veículos que desobedeçam o rodízio.
Durante o lockdown, diariamente haverá avaliação por parte dos gestores da situação e em 10 dias será decidido pelo prosseguimento ou não da medida.
Colapso Hospitalar
Waldez Góes disse também que já há uma situação de colapso no sistema de saúde estadual devido à epidemia e que daqui a duas semanas, se não houver ação rígida sobre o isolamento social, os hospitais não serão suficientes para atender a demanda de doentes. Ele deu como exemplo a demanda de leitos no município de Santana, localizado a 17 quilômetros da capital.
“Quanto mais número de leitos e UTIs colocarmos à disposição, é com uma rapidez enorme que eles lotam. Não fazem 7 dias que entregamos 22 leitos em Santana e estão 100% lotados. Esse fim de semana vamos abrir mais 22 leitos e acreditamos que em 5 dias estarão 100% lotados. Estudamos um segundo centro em Santana”, frisou.