Por SELES NAFES
Ao contrário do que afirma a Polícia Civil do Amapá, os casos de violência doméstica não teriam diminuído durante a pandemia. Hoje (17), às 16h, uma reunião com autoridades políticas, policiais e do Judiciário irá discutir o assunto numa live.
A iniciativa é das deputadas que compõem a Frente Parlamentar pela Prevenção da Violência contra a Mulher e Redução do Feminicídio, comissão criada na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap).
De acordo com a deputada estadual Cristina Almeida (PSB), que é a procuradora da Frente, não há porque a realidade do Amapá ser diferente do restante do Brasil, onde houve crescimento das notificações.
No entanto, segundo ela, no Amapá existe extrema dificuldade de comunicar os crimes contra a mulher de forma online.
“Não temos os dados estatísticos reais, e os dados oficiais não batem com a movimentação que temos no Juizado de Santana, por exemplo. Recebemos informes da Promotoria de Justiça da Mulher. Os registros oficiais diminuíram, mas as ocorrências não estão sendo cadastradas, por isso os dados não refletem a realidade”, afirma Cristina Almeida.
Segundo ela, a Frente soube de casos que ocorreram, mas que não entraram para as estatísticas oficiais. Além disso, os telefones para denúncia de violência doméstica não estariam funcionando nas delegacias.
“Na semana passada testamos durante três dias seguidos os telefones, e nenhum estava funcionando”.
Para ampliar a discussão e ter uma resposta efetiva do Estado, as deputadas da Frente convidaram o delegado geral de Polícia Uberlândio Gomes, a juíza Michelle Farias (Juizado de Violência Contra a Mulher de Santana), e o desembargador Carmo Antônio de Souza.
Fazem parte da Frente as deputadas Edna Auzier (PSD), Telma Gurgel (Pode), Aldilene Souza (PPL), Telma Nery (PSDB) e Alliny Serrão (DEM).