Pela 1ª vez, Porto de Santana entra no mapa da “Ferrogrão”

Em anos anteriores, apenas o Porto de Barcarena era colocado no mapa da ferrovia. Imagem: ANTT
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Por SELES NAFES

Pela primeira vez, o Porto de Santana, cidade a 17 km de Macapá, foi incluído estrategicamente pelo governo federal como porto viável no projeto da Ferrogrão, estrada de ferro que vai ligar Sinop (MT) a Miritituba (PA), e será o maior corredor brasileiro de exportação de grãos.

Santana apareceu literalmente no mapa da Ferrogão na última segunda-feira (13), quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) protocolou o projeto de concessão da estrada de ferro no Tribunal de Contas da União (TCU).

A ideia do governo federal é construir a estrada de ferro ao mesmo tempo em que a licitação para exploração também será conduzida. Serão 933 km de linha férrea ao custo de aproximadamente R$ 8 bilhões.

A Ferrogrão vai escoar toda a produção de soja, milho, etanol e outros derivados até Miritituba, de onde os produtos poderão seguir em barcaças até o Porto de Santana ou o Porto de Barcarena (PA). Santana, no entanto, é muito mais próximo do Panamá, América e Ásia, o que garantirá economia de milhões de dólares a cada viagem.

Hoje, toda a produção do Centro-Oeste é escoada pelos portos de Santos e Paranaguá, a mais de 2 mil km de distância e a um custo rodoviário altíssimo.

Deputada federal do Amapá, Leda Sadala, presidente da Frente Parlamentar dos Portos: audiências com ministério, governadores, Marinha e investidores para mostrar viabilidade do porto. Foto: Divulgação

Próximos passos

A entrada do Porto de Santana, até então ignorado por governos passados, foi bastante comemorada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Portos do Brasil, criada pelo Congresso Nacional e presidida pela deputada federal Leda Sadala (Avante).

O movimento criado no ano passado teve audiências com o ministro dos Transportes, Tarcísio Freitas, com governadores do Norte, Marinha e investidores.

“Isso tudo foi muito importante, porque o Amapá não pode perder esse momento de ser o corredor do agronegócio. O porto não existia no mapa do governo. O próprio ministro falou que a gente precisava ter uma frente parlamentar com apoio do presidente Davi, que está nos auxiliando”, comentou a deputada, que também reconheceu o esforço do atual presidente da Companhia Docas de Santana, Glauco Cei.

Navio de contêineres passa pelo Cana da Barra Norte. Foto: Seles Nafes/Arquivo SN

Porto hoje é administrador pela Companhia Docas de Santana. Foto: Seles Nafes

Leda acredita que a tendência agora é que haja investimentos públicos e privados no porto de Santana, já que ele é o mais próximo e o Canal da Barra Norte tem profundidade para navios maiores, como já atestou a Marinha. A frente parlamentar vai continuar atuando, adiantou.

“O próximo passo é ir para Brasília na semana que vem para ver o que o Ministério dos Transportes tem planejado para o Amapá. O nosso porto deveria ter tido uma atenção especial há muito tempo pela importância que tem não apenas para o Amapá, mas para o Brasil”.  

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