Por SELES NAFES
O policial civil acusado de matar a namorada foi denunciado à justiça pelo Ministério Público do Estado, nesta quinta-feira (23). A ação penal pede que Leandro Freitas, de 29 anos, seja condenado por homicídio agravado pela impossibilidade de defesa da vítima, neste caso a empresária Ana Kátia Almeida, de 46 anos.
A ação penal, ajuizada no início da noite pela promotora Klisiomar Lopes Dias, da Promotoria do Tribunal do Júri, narra toda a dinâmica do crime sob a ótica da Polícia Civil e de testemunhas, com muitas fotos do local do crime e do interior do veículo, onde havia latas de cerveja e um copo de bebida.
De acordo com a denúncia, o casal estava junto havia dois meses, e estava ingerindo bebida alcoólica desde cedo porque já havia passado por uma confraternização.
Na madrugada de 8 de julho, os dois estavam dentro do carro do policial, na frente da casa onde ocorria uma festa de aniversário, na zona sul. Uma testemunha chegou a afirmar para a polícia que passou pelo carro e viu a empresária tentando acomodar Leandro no banco traseiro. Logo depois, os participantes ouviram um disparo de arma de fogo.
Ao chegar no local, encontraram a vítima caída na calçada e o agente dentro do carro com a arma na cintura. Ele teria tentado fugir, mas não teria conseguido em virtude do estado de embriaguez.
O filho da empresária, que momentos antes chegou a sair com o policial para comprar mais bebidas, foi quem desarmou o agente e entregou a arma à PM na UPA da zona sul, onde a vítima já chegou morta.
Leandro Freitas, também foi ferido no ombro, tinha sido dominado pelo filho de Ana Kátia durante luta corporal.
“Cumpre registrar que, segundo o laudo necroscópico feito na vítima, foi constatada lesão única de entrada de projétil disparado por arma de fogo (…) DENOTANDO QUE O DISPARO FOI EFETUADO A CURTA DISTÂNCIA, o chamado tiro a queima roupa, o que desde já caracteriza a vontade de matar, bem como a impossibilidade de defesa da vítima”, diz o promotor na denúncia.
A promotora também afirma que a perícia confirmou que o tiro teria ocorrido do lado de fora do veículo, na calçada, “pois a perícia não indica sinais de disparo no interior do veículo”.
Leandro Freitas está preso desde a madrugada do crime. Procurado, o advogado Charles Bordalo disse que, por enquanto, vai continuar com a tese de homicídio culposo.
No último dia 16, a desembargadora Sueli Pini negou pedido de revogação da prisão preventiva. Ela lembrou que exame confirmou que havia chumbo na mão direita do policial, e que a liberdade provisória dele, nesse momento, geraria um sentimento de impunidade.