Joca fez da sua “quebrada”, no Bairro do Pacoval, zona leste de Macapá, o seu grande ponto de partida e referência
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Palhaço, ator, escritor, contador de histórias, editor de livros artesanais e filantropo. Essas são algumas das atividades de Josias Monteiro da Silva, de 39 anos, popularmente conhecido como Joca, que fez da sua “quebrada”, a Baixada Pará, no Bairro do Pacoval, zona leste de Macapá, o seu grande ponto de partida e referência.
Agora ele liberou suas obras, seus livros, gratuitamente na internet. Mas a história do Josias, não começa aqui. Durante a pandemia, Joca provou-se mais uma vez um defensor do seu território de criação.
Joca está sempre alegre e disposto a ajudar as pessoas, especialmente as crianças da sua comunidade. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN
Junto com parceiros, arrecadou e distribuiu centenas de cestas básicas, álcool em gel e máscaras para a comunidade, justamente naqueles dias que foram os mais difíceis no enfrentamento da doença.
Seu primeiro e mais conhecido personagem, o Joca Boboca, um palhaço, na verdade tem um nome mais extenso: Joca Boboca Nariz de Pipoca Perna Torta Não Toma Coca Dorme na Maloca na Canela Muriçoca, onde o artista da palhaçaria, ao percorrer escolas de todo o Amapá lança o desafio: A criança que repetir o nome inteiro do palhaço, ganha um livro do Joca.
Joca disponibilizou exemplares virtuais de seu livro, gratuitamente na internet. Foto: reprodução
Recentemente, teve uma importante experiência como ator no curta metragem “Açaí”, filme regional do diretor André Cantuária. Joca interpretou o personagem “Jonh Lennon”, um desleixado amapaense que sai em busca do seu litro de açaí às 13 horas e na sua batalha pelo “petróleo da Amazônia”, vive situações hilárias. O curta foi todo gravado no Bairro Novo Horizonte, e fez parte do primeiro edital do audiovisual do Amapá, em 2019.
Projetos
O personagem se confunde com o próprio Joca, de jeito matreiro e alegre, sempre na disposição de ajudar as pessoas, especialmente as crianças da sua comunidade. Sua aposta é na edição de livros artesanais, onde ele conta histórias regionais desenvolvidas à partir das suas viagens pelo Amapá.
Joca fez da sua “quebrada”, a Baixada Pará, o seu grande ponto de partida e referência
“Eu gosto de focar na oralidade amapaense, nas histórias mais ribeirinhas, no folclórico mesmo. Por exemplo, em Pedra Branca do Amapari eu conheci o homem que vira porco, o Seu Chico, que põe moleque pra correr dentro do mato. Em Tartarugalzinho tem o Seu Dionísio, que conhece o Pretinho do Rio, que é um ser encantado que vive no fundo do Rio, dos tempos da construção da Fortaleza, que vive lá até hoje”, contou Joca.
Como na pandemia a produção dos livros diminuiu, por ter dificuldade e, especialmente, por evitar sair para comprar os materiais de que são feitos, Joca tem apostado muito na internet. Por isso, também, disponibilizou exemplares virtuais, gratuitamente na internet.
Livro o Boi de Pindorama, disponível gratuitamente na internet pelo artista
“Disponibilizei todos os meus livros de forma gratuita em formato PDF. Eram livros que não eram tão baratos, porque eram difíceis de fazer, tipo um livro com as minhas histórias, de oito municípios, custava R$80,00, agora está em PDF e quem quiser ver um vídeo meu no canal do youtube, vai me retribuir de uma outra forma”, explicou Joca Boboca.
Para baixar um dos livros de Joca, basta acessar este link. Para entrar em contato, para shows, parcerias e eventos o telefone é (96) 984075380.
