Família, amigos e pacientes dão adeus à doutora Zeneide

A médica Zeneide Alves de Souza foi a primeira cirurgiã plástica do Estado do Amapá. O corpo dela foi enterrado nesta terça-feira (22) em Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Dezenas de pacientes, amigos e familiares se despediram da cirurgiã plástica Zeneide Alves de Souza, que faleceu aos 80 anos, no último final de semana por complicações de saúde em um hospital particular da cidade de Fortaleza (CE). O corpo chegou ao Amapá na segunda-feira (21).

As últimas homenagens ocorreram no plenário da Assembleia Legislativa do Amapá e…

… o sepultamento aconteceu no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no Centro da capita. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Nesta terça-feira (22), não faltaram manifestações de carinho durante o velório na Assembleia Legislativa do Estado (Alap) e o sepultamento no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no Centro da capital.

Além do esposo, a Dra. Zeneide deixou uma filha, netos e bisnetos. Foto: Arquivo Pessoal

Dra. Zeneide foi a primeira cirurgiã plástica que o Amapá teve. Salvou muitas vidas de vítimas de acidentes domésticos com queimaduras e de explosões em embarcações. Uma delas foi Nilda Fernandes, de 56 anos, que teve 50% do corpo atingido com queimaduras de 1°, 2° e 3° graus.

Paciente que se tornou amiga, Nilda Fernandes: “ganhei uma mãe, era tudo na minha vida”

Nilda fez 34 cirurgias com a Dra. Zeneide: cicatrizes agora são lembranças de uma verdadeira amizade

“Meu acidente foi em Breves [PA], há uns 25 anos. Cheguei em Macapá praticamente sem vida. Nem um médico queria cuidar de mim porque já era um cadáver e ela me acolheu, me chamou de anjo na vida dela e eu achava o oposto. Fiz 34 cirurgias com ela. Ganhei uma amiga, uma mãe, era tudo na minha vida. Foi uma estrela aqui na terra e será uma estrela no céu”, descreveu a paciente e amiga.

Zeneide Alves também fez muitas cirurgias gratuitas de lábio leporino em crianças, como no caso de Marta Tavares, que atualmente tem 33 anos, mas lembra detalhadamente da convivência com a médica desde a infância.

Marta Tavares: “Que Deus lhe dê um bom lugar por ter ajudado muitas famílias, assim como eu”

“Tinha um problema na boca, sentia muita dificuldade na fala e só comia coisa líquida. Aos 11 anos fiz procedimento e passei a ter o acompanhamento. Tudo mudou na minha vida. Me sentir melhor comigo mesma, ela me mudou e foi fundamental para esse processo. Que Deus lhe dê um bom lugar por ter ajudado muitas famílias, assim como eu”, agradeceu.

A trajetória da cirurgiã ficou conceituada e se tornou referência entre os profissionais de saúde do Amapá, sobretudo do Hospital de Emergência. Sua atuação humanizada por décadas lhe rendeu muitas amizades com pacientes após os procedimentos, por isso era uma pessoa tão querida.

A amiga Ana Cátia também se despediu com muita tristeza. Ela fez…

… 11 cirurgias reparadoras com a Dra. Zeneide

“Fiz 11 cirurgias com ela. Nunca vou esquecer o que fez por mim, se eu não a conhecesse era totalmente deprimida. Era uma profissional que não definia quem era pobre ou rico. Amava os pacientes dela e serei eternamente grata”, agradeceu também a amiga Ana Cátia, de 43 anos.

Nascida no Acre, a médica dedicou 42 anos a medicina da rede pública. Morreu após ficar cerca de três meses internada devido a dores na coluna e acabar contraindo uma infecção bacteriana. Lá, ela vivia com o marido com quem era casada há 17 anos.

Dra. Zeneide deixou uma filha adotiva, netos e bisnetos, que participaram de toda a cerimônia de despedida.

Seles Nafes
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