Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Sofá velho, cama, TV, restos de ossada de boi, capacete e variados tipos de lixo se misturam às carcaças de carros alegóricos ao lado da Cidade do Samba, no bairro Zerão, zona sul de Macapá.
O problema não é nenhuma novidade e não foram poucas as vezes que os vizinhos do local reclamam da questão: passa o carnaval, as carcaças de carros das escolas de samba são encostadas por ali e o convite para uma lixeira viciada está feito.
Como os arredores do Estádio Zerão tornou-se um local muito utilizado para atividades físicas, as pessoas que passam para caminhar disputam o espaço com o lixo e com um eventual cachorro tentando a sorte revirando os sacos.
“Sempre depois do carnaval tem-se o costume de colocar o resto dos carros aqui fora e mês a mês vai se acumulando, e torna-se, praticamente, uma lixeira pública. Eu venho todo dia pro estádio e nunca vi ninguém limpando, não. O que tem de novo é essa reforma aí do lado, bora ver se dão algum jeito”, declarou Davi Albuquerque da Silva.
Davi, que é fã do carnaval, esclareceu que sua opinião não se trata de uma posição contra as festa de Momo ou contra as escolas de samba. Ele explicou que as carcaças são as mais velhas e que os carros do carnaval passado, mais novos, estão dentro dos barracões.
“Não tem mais jeito”
Morando bem em frente ao local, Patrícia de Brito, de 39 anos, está descrente com alguma mudança efetiva. Para ela, não há horizonte de solução.
“Não tem mais jeito. Já teve até fiscal da prefeitura aí. Mas tiraram o lixeiro grande que tinha e as pessoas começam a jogar ai mesmo. Daqui de perto e principalmente de longe. Cachorro morto, ossada [de boi], e tudo mais. Já nos reunimos, já fizemos de tudo, mas até agora nada. E o outro problema é o resto dos carros. Bora ver se essa praça aí pode dar um jeito”, declarou Patrícia.
A obra na “praça” a que tanto Davi quando Patrícia fizeram referência é, na verdade, a construção do “Ceu das Artes Zona Sul”, obra da Prefeitura Municipal de Macapá que está colada bem ao lado onde o lixo vai se acumulando.
Apesar do desânimo, os dois tendem a apostar que o problema possa ser resolvido quando a obra for inaugurada, o que ocorrerá, segundo dados da placa em frente ao local, no dia 16 de dezembro de 2020.