Por OLHO DE BOTO
Um grupo de 25 mulheres trans recebeu novas carteiras de identidade com nomes que escolheram para serem chamadas. A entrega foi na sede da Polícia Técnico-Científica (Politec) do Amapá, nesta quarta-feira (20).
A ação é resultado de uma parceria do governo estadual com a ONG ArtTrans para que este público tenha acesso e inclusão às políticas públicas que garantam seus direitos.
A presidente da ONG, Ivana Costa, destacou que cada entrega é uma conquista, pois com o preconceito ainda latente na sociedade, muitas travestis passam pelo constrangimento de ainda serem chamadas pelo nome de registro civil. Por isso, a parceria com o poder público é essencial para que elas possam ser chamadas de fato e de direito pelo nome social.
Um desses exemplos é a travesti que agora se chama Jorrana Santos. Ela pegou a nova carteira de identidade na remessa entregue nesta quarta e falou de sua alegria.
“É um avanço para a gente, é uma satisfação. Me sinto muito feliz, muito privilegiada de ser chamada como eu quero”, animou-se Jorrana.
Segundo Ivana Costa, que é assistente social e pedagoga, o benefício da carteira de identidade com nome social é uma lei federal, que o governo amapaense aderiu desde 2017. Apesar do apoio, ela revela que a procura ainda não é muito grande, mesmo com a ArtTrans tendo cerca de 2500 travestis associados no Amapá.
“A gente conhece todos os trâmites para ajudar essas mulheres a exercerem esse direito. Então é só nos procurar na ArtTrans e nós daremos o encaminhamento. Mesmo com a leia favor, mesmo sendo um direito, a procura não tem sido alta, devido ao preconceito. As trans se sentem muito excluídas da sociedade e são constrangidas pelo fato das pessoas em geral se recusarem a, por exemplo, chamá-las pelo nome social. Isso ainda é uma barreira muito grande”, ressaltou Ivana Costa.