A defesa do policia militar preso sob acusação de assalto garante que a denúncia que levou à prisão é falsa, e que tudo não passou de uma discussão com o produtor rural que registrou a ocorrência. O advogado Charles Bordalo aguarda o julgamento de um pedido de liberdade provisória para seu cliente que continua preso no quartel do Comando Geral da Polícia Militar.
O policial Marlon Vilhena, lotado no Batalhão de Rádio Patrulha (BRPM), foi preso na noite da última terça-feira, 17. Ele foi acusado pelo proprietário de um sítio, na comunidade de Ressaca da Pedreira, de ter assalto o lugar na companhia de mais três homens, que também estão presos. Eles teriam invadido a propriedade atrás de dinheiro e espancado o dono do lugar, de 68 anos.
A defesa, no entanto, tem uma versão completamente diferente da que foi contada pelo proprietário na delegacia em Macapá. O policial estaria pescando com amigos no terreno que pertence a um deles e que é vizinho ao do produtor rural. “Meu cliente estava ajustando a mira de seu rifle, depois disso começou a pescar com os amigos. O senhor (o produtor), depois de ouvir o barulho (tiros), foi até lá e ameaçou meu cliente e os demais, dizendo que era pra irem embora ou ele atiraria, e que ele estava cansado de casos de roubo de gado na região. Meu cliente, que tem habilidade policial, desarmou o senhor que foi embora a cavalo”, garante o advogado, acrescentando que em nenhum momento houve agressão ao produtor.
Ainda na versão do advogado, Marlon Vilhena teria, ele próprio, acionado a polícia de Macapá, mas a guarnição da Ressaca da Pedreira, comandada por um sobrinho da suposta vítima, chegou antes da equipe da capital. “O policial se identificou e entregou a arma, e vieram para Macapá, mas o policial Vilhena nem imaginava que seria acusado de roubo. Na delegacia houve muita pressão de parentes do produtor contra o meu cliente. Tinha até um funcionário desse produtor que eu vi sendo orientado sobre como ele deveria depor. Outra falha é que os depoimentos foram tomados isoladamente, sem acompanhamento do advogado, sem isonomia. Mesmo assim a suposta vítima foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo”, concluiu o advogado.
Um juiz de plantão recebeu o pedido de liberdade provisória. Se for indeferido, a defesa planeja ingressar com um pedido de revogação da prisão.