Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Um trabalhador de uma panificadora descobriu, num grupo de WhatsApp, no início da tarde desta quarta-feira (24), que seu carro havia sido atingido por uma árvore durante a forte chuva que começou ainda pela manhã, em Macapá.
Ele estava trabalhando quando foi avisado pelo cunhado, que viu as fotos num grupo do aplicativo de mensagens. O fato ocorreu no Centro da capital. A mangueira que fazia sombra para o veículo do trabalhador todos os dias, desta vez gerou transtorno e prejuízo.
No local, desolado, acompanhando as equipes da Defesa Civil de Macapá e do Corpo de Bombeiros, que trabalhavam para desobstruir a rua Eliezer Levy e tirar a árvore de cima do carro, o proprietário do veículo preferiu não gravar entrevista. Informou apenas que o carro não tem seguro.
Também no local, o secretário de Zeladoria Urbana de Macapá, Jean Patrick, informou que a Prefeitura de Macapá já aguardava as fortes chuvas e suas consequências.
“Já estávamos em alerta, já sabíamos que ia acontecer e que, infelizmente, ia coincidir com o pico das marés às 14 horas. Era esperado, nós estávamos com as equipes em todos os lugares, mas, problemas estruturais e pontos que já são conhecidos de alagamento, a gente não pode fazer muita coisa, a gente pode ir lá, limpar, levar nossa equipe para tentar amenizar a situação”, declarou Jean Patrick.
Gargalos
Macapá apresentou os mesmos gargalos de sempre, com pontos de alagamento já históricos, como no Canal da Mendonça Júnior, avenidas Cora de Carvalho e Mendonça Furtado, Rua Odilardo Silva, trechos do Canal do Beirol, do Laguinho e diversos outros.
Na Avenida Cora de Carvalho, que passou por obras no ano passado, mas que continua enfrentando o alagamento crônico, um morador usou um caiaque.
No Laguinho, um sexagenário, trabalhador braçal, ficou ilhado pelos alagamentos de trecho de depressão da Avenida General Osório e teve que tirar as calças para atravessar o rio que se formou.
“É, não teve jeito, fiquei cercado ali. Tirei a calça e vim andando mais aqui pra cima. Sempre alaga aqui”, contou seu José Ferreira, que mora no Brasil Novo, mas trabalha nas imediações de onde ocorreu este alagamento.
A Rua São José, no Centro Comercial de Macapá, também apresentou pontos de alagamentos e em locais que estão com o funcionamento permitido pelo lockdown, como farmácias, era possível verificar funcionários com baldes, panos de chão e rodos escoando água e limpando os comércios.
Jean Patrick relatou que a PMM tem feito muitas limpezas dos canais e que, não fosse isso, a situação poderia ser pior.