Por OLHO DE BOTO
Depois de dois meses de investigação, a Polícia Civil do Amapá conseguiu dar o flagrante em um grupo de traficantes que teria vindo do Pará para se estabelecer no mercado das drogas de Macapá.
Um homem acabou preso e aproximadamente 5 kg de drogas de alto valor, entre crack e skank, foram apreendidos na ação da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), nesta quinta-feira (25). O nome do acusado não foi revelado pela polícia porque as investigações ainda continuam para tentar identificar os outros integrantes do grupo criminoso.
A droga estava enterrada em uma chácara situada no Distrito do Coração, na zona oeste de Macapá. Segundo o delegado Sidney Leite, chefe da DTE, os investigadores usaram diversas técnicas para descobrir todo o modo de operação do grupo: campanas, drones, cão farejador e muitas diligências foram feitas até se descobrir como agiam até onde a droga estava enterrada.
“Foram quase dois meses de investigação para identificar, localizar e prender um traficante que residia no estado do Pará e que veio para o Amapá só para vender essa droga. Foi uma investigação bastante dificultosa porque eles reservados, se estabeleceram em uma propriedade distante da cidade, num ramal do Coração, difícil de encontrar. O muro da propriedade era alto, então tivemos de usar tecnologia para observar de cima a movimentação. Mas, conseguimos, identificar o grupo, localizar onde se escondiam, saber onde estava a droga, e desarticular o grupo”, explicou o delegado.
Segundo ele, o homem preso é o chefe do bando. Ele teria sido, durante algum tempo, o fornecedor de traficantes locais. Quando percebeu que o comércio ilegal de drogas era muito rentável em Macapá, decidiu vir para o Amapá fazer as transações pessoalmente.
Os criminosos, segundo as investigações, enviaram a droga que seria o pontapé inicial para se estabelecerem de vez no estado de barco, mas entraram em Macapá pelo aeroporto, com familiares, como esposa e outros parentes.
As drogas
De acordo com o delegado Sidney Leite, as drogas trazidas pelo traficante de Belém são diferenciados. O crack apreendido, por exemplo, é chamado de rajada. É uma droga considerada de alto grau de pureza e, por isso, custa mais caro, pois pode render um volume muito maior que os cracks normalmente apreendidos pela polícia.
“Os traficantes querem muito essa droga porque ela dá pra aumentar de volume, não é como as outras pedras que já vêm mexidas e não dá mais para processar”, explicou o delegado.
Segundo ele, no Amapá a droga é vendida mais cara ao consumidor exatamente por conta das apreensões e vigilância pelas portas de entrada, e por causa da pandemia, que tornou as remessas menos frequentes.